Enviada em: 26/03/2019

No início do século XXI, no Brasil, começou a aumentar a incidência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre os jovens. Essa realidade contrasta com tempos passados, quando não era comum o perfil de promiscuidade nessa faixa etária e, consequentemente, o índice de IST era baixo. Diante disso, fica evidente a ideia defendida por Artur Shopenhauer de que a vontade humana é cega e irracional e coloca em risco a saúde. Assim, os mais jovens estão banalizando a prevenção de ISTs, colocando sua vontade irracional à frente da saúde e, além disso, não há uma estratégia eficiente de educação em saúde no sistema do país.       Diante desse contexto, esta frase de Shopenhauer torna-se uma realidade: "  O maior erro que um ser humano pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem". Essa ideia do filósofo alemão retrata o contexto atual, pois os jovens brasileiros não só estão iniciando cada vez mais precocemente a vida sexual, como também banalizam a prevenção das doenças, ignorando o uso de preservativos. Além disso, algumas ISTs são assintomáticas, como as cervicites, o que faz muitos não procurarem o serviço de saúde. Portanto, as consequências desse cenário podem ser comprovadas nos sistemas de informação em saúde do SUS, os quais mostram uma maior taxa de IST entre a população mais jovem.     Além disso, soma-se à promiscuidade a educação em saúde precária nas unidades básicas e também nas escolas. Exemplo dessa realidade é que muitos profissionais de saúde apenas fazem a entrega de preservativos ou anticoncepcionais, sem explicar nem alertar ao usuário sobre as infecções sexuais. Dessa forma, o modelo de saúde ainda é biomédico e mecanizado, mesmo que a lei nº 9263/96, que trata dos direitos sexuais e reprodutivos, garanta atividades educativas, aconselhamento e atividades clínicas.       Destarte, diante da banalização da prevenção de ISTs e da mecanicidade do sistema de saúde brasileiro, é necessário transformar essa realidade. Para tanto, é importante que o Ministério da Saúde fortaleça a atenção básica, por meio de capacitações que incentivem os profissionais a promover campanhas de educação em saúde, as quais devem abordar a prevenção, os sintomas e os tratamentos dessas infecções. Para isso, devem ser utilizados cartazes e imagens, para que haja uma verdadeira conscientização. Além disso, o Ministério da Educação deve investir na grade curricular dos pré adolescentes, inserindo mais fortemente assuntos sobre anticoncepção e ISTs e promovendo capacitações para os docentes. Dessa maneira, será possível formar adolescentes e jovens conscientes, responsáveis e com vontades racionais.