Enviada em: 19/03/2019

Apesar da facilidade de acesso á informação que o jovem brasileiro tem atualmente, o aumento de casos de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) é alarmante. Segundo o Ministério da Saúde, somente em 2016 foram registrados 48 mil novos casos de HIV em pessoas entre 20 e 29 anos, além disso, outras doenças como sífilis, gonorreia, HPV e clamídia também registraram crescimento. Diante desse panorama atual de saúde pública, é importante a compreensão dos motivos por trás desses índices e como o Poder Público poderá revertê-lo.      Uma das principais causas do aumento do número de jovens infectados por alguma doença sexualmente transmissível é a ideia errônea de que elas não existem mais ou que não matam. O primeiro diagnóstico de AIDS no Brasil foi em 1982 e, desde então, houve muito avanço na prevenção, acesso à informação e disponibilidade de medicamentos para controlar os sintomas da doença. Porém, diferentemente do que 21,6% dos jovens entre 15 e 24 anos acham, ela ainda existe e não há cura para essa DST. Sendo assim, é necessário que os jovens entendam que há riscos reais de contágio e os impactos que a contaminação representa para a vida de uma pessoa.         Além disso, a juventude atual está banalizando o uso da camisinha, pois acredita-se que o principal objetivo da proteção é evitar uma gravidez indesejada e que o risco de contagio por DST não existe. Com a facilidade de acesso a métodos contraceptivos, muitos jovens subestimam o uso do preservativo durante as relações sexuais. Segundo dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na população de 2016, seis em cada dez jovens entre 15 e 24 anos fez sexo sem preservativo e 74, 8% nunca fez teste de HIV, por exemplo. Dessa forma, é preciso o esclarecimento da importância do uso da proteção para evitar não somente a gravidez, mas também doenças incuráveis.       Destarte, a fim de frear o avanço dos índices alarmantes de contagio por DSTs pelos jovens, o Ministério da Saúde deve fazer uma campanha nacional voltada para esse público, por intermédio da presença de unidades móveis de saúde em escolas e universidades. Essa ação terá como objetivo levar a informação até os adolescentes, esclarecendo sobre os riscos, formas de contágio e como proceder em caso de exposição. Além disso, essas unidades poderão realizar testes para detectar doenças e distribuir profilaxias para pré-exposição ou pós-exposição, caso necessário. Assim, a mudança desse cenário poderá ser feita por meio da transformação do comportamento do jovem em relação a vida sexual.