Enviada em: 08/05/2019

No livro "Capitães da Areia" do autor brasileiro Jorge Amado, é retratada a vida de jovens entre 13 e 17 anos na cidade da Bahia, e em diversas cenas, demonstra o amadurecimento sexual dos personagens. Fora da ficção, o ocasionamento acentuado das doenças sexualmente transmissíveis em adolescentes é um reflexo da falta de debate aliada aos tabus sociais.      A princípio, é de conhecimento geral que, a maioria dos preconceitos brasileiros foram construídos em paralelo com os dos colonizadores europeus. Em comprovação disto, a famosa carta enviada por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, ao chegar no brasil, descreve os índios como "Pardos, nus, sem alguma coisa que cobrisse suas vergonhas" e é exatamente esse tratamento sobre órgão genital que floresce a primeira ideia de que a sexualidade não deve ser comentada livremente. Então, certos assuntos, como o sexo, são impedidos de tomarem fluxo em conversas rotineiras. Tornando assim, o acesso à informação correta e segura cada vez mais dificultado, principalmente para os jovens.                                                                                                                                                               Por conseguinte, observa-se o agravamento da incompreensão de infecções sexuais e os seus contágios. Então, é gerado um medo do desconhecido que é biologicamente comprovado, visto que, o ser humano desenvolve receio natural por aquilo que não consegue identificar de forma concreta. Somado a isso, podemos dizer que, o fato de que 78,5% dos jovens nunca fizeram um simples teste de HIV é resultado desse ciclo da desinformação e medo, alimentado pelo preconceito da sociedade que evita o tema. Vale salientar também que, já não existem mais exemplos noticiados de cantores como Freddie Mercury e Cazuza, que morreram de AIDS nos anos 80, e campanhas com distribuição de camisinhas e toques de conscientização só acontecem no carnaval.                                                               Em síntese, é ideal que o Estado tome providências para resolver o impasse. Para que diminua a ocorrência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) nos adolescentes, urge que o Ministério da Educação (MEC) faça campanhas e palestras de conscientização por intermédio de verbas governamentais. Sendo assim, o projeto ocorrerá em colégios do ensino médio, sendo orientado por docentes da instituição, para abordar os riscos de um sexo desprotegido em palestras e atividades associada às matérias básicas como biologia, por exemplo. A reflexão e conversa, então, podem levar para mudança da consciência jovem e transformar também, gerações futuras.