Enviada em: 14/05/2019

No contexto da chegada dos primeiros europeus na América, houveram diversos casos de contaminação de nativos por doenças já sem efeito em europeus. A falta de conhecimento ou cuidados direcionados às moléstias foram determinantes para a quase extinção do povo ameríndio. De maneira análoga, a população tupiniquim hodierna se mostra despreocupada com as Infecções Sexualmente Transmissíveis, as ISTs, o que se reflete no alto número de casos. Desse modo, torna-se evidente a problemática do descuido com tais doenças, causada pela banalização do uso de métodos profiláticos.       Diante dessa conjuntura, em primeira análise, é notável que o contexto que o jovem brasileiro se encontra, no qual debates sobre o assunto são precários e há incentivo ao sexo inseguro em músicas conhecidas, é fator causal ao surgimento das patologias. Essa questão pode ser analisada com base no ideário do filósofo Schopenhauer, que indicava que o homem tornava aceitável apenas o presente em seu campo de visão. Dessa forma, a falta de conversas e palestras acerca da transmissão de ISTs contribui para a sua recorrência, pois falta ao adolescente informações e explicações sobre o tema. Outrossim, é perceptível, ainda sob análise do filósofo, que o estímulo ao relacionamento sexual livre de métodos contraceptivos proposto por letras populares, como em diversas do gênero funk, encoraja sua prática, que pode ser fonte de tais infecções. Portanto, é indubitável que a inconstância de debates sobre proteção sexual e sua trivialização são causas do alto quantitativo de quadros relacionados.       Ademais, a natureza imatura do jovem pode ser considerada motivadora do desleixo com sua saúde. Ao adotar-se visão do filósofo Zygmunt Bauman direcionada ao fato, é claro que a Modernidade Líquida, ou seja, despreocupação com as consequências de seus atos e busca apenas pelo prazer momentâneo, se configura como danosa e geradora do problema. O aumento no número de casos de doenças sexuais se relaciona diretamente com a falsa certeza de segurança e descaso com futuros ócios, inerente ao adolescente atual. Dessa maneira, é incontrovertível que a sensação de impunidade e a rebeldia, presentes nos jovens em geral, atuam como desencadeadoras do surgimento de ISTs.       Dessarte, devido ao supracitado, torna-se inégavel que a despreocupação ou desconhecimento dos perigos de se realizar sexo de maneira insegura contribuem para o aumento quantitativo de doenças relacionadas, e que medidas devem ser tomadas para correção do cenário. Portanto, cabe ao Ministério da Saúde, recorrendo à secretarias municipais, por meio de campanhas publicitárias de veiculação ampla, alertar sobre os perigos da contração de tais distúrbios, com imagens e depoimentos, objetivando incitar a população, principalmente o jovem, a usar preservativos e outros métodos preventivos. Dessa forma, será possivel tornar o país mais seguro e consciente, com saúde para todos.