Enviada em: 29/09/2018

Em 2016, a assinatura do Acordo de Paris representou um grande avanço à questão da preservação da natureza no mundo. Decorridos meses desde esse marco, a realidade brasileira apresentou uma grave piora na conservação das florestas, dado o aumento de incêndios nas matas do país. Nesse sentido, fatores de ordem econômica, bem como ambiental, caracterizam os dilemas das queimadas nos biomas do Brasil.     É importante pontuar, de início, a influência de interesses financeiros na devastação da natureza do país. À guisa do pensamento de Marx, em um mundo capitalizado, a busca pelo lucro ultrapassa valores éticos e morais. Essa realidade é amplamente percebida no Brasil com os incêndios ligados à expansão da fronteira agrícola no Norte e Centro-Oeste pelo agronegócio. Nesse contexto, a constante tentativa de maximizar suas produções implica aos grandes fazendeiros a devastação de enormes áreas florestais pelo fogo, acarretando perdas incalculáveis ao país. O fenômeno das queimadas, assim, tem forte relação com as áreas de cultivo e de pastagens, já que, segundo dados do Inpe, os incêndios acometem principalmente regiões de grande interesse dos latifundiários brasileiros.     Outrossim, tem-se os impactos na natureza das crescentes queimadas criminosas no Brasil. Nesse sentido, a concentração do fogo em regiões de Floresta Amazônica e de Cerrado representa grandes riscos à biodiversidade brasileira. Na Geografia, essas áreas naturais representam hotspots, que se caracterizam pelo endemismo e consequente necessidade de preservação. Ao apresentar enorme diversidade, tais biomas abrigam uma vasta carga biogenética ainda desconhecida pelos pesquisadores, sendo que o fogo ameaça extinguir espécies nem mesmo catalogadas. Desse modo, torna-se evidente os graves efeitos das queimadas nas matas brasileiras, que colocam em risco a exuberância natural do país.    É notória, portanto, a relevância de fatores econômicos e ambientais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe ao Estado, por intermédio dos órgãos responsáveis, impedir a atuação dos ruralistas nos ecossistemas brasileiros. Essa intervenção deve contar com o aumento da fiscalização em áreas de preservação e com o a aplicação de multas e exigência de medidas paliativas aos responsáveis pelos incêndios criminosos no país a fim de coibir essa prática e preservar a natureza brasileira. Ademais, é dever das escolas, em consonância com a mídia, conscientizar a população acerca dos riscos das queimadas nos biomas do Brasil. A ideia da proposta é, a partir de palestras e debates nas salas de aula, além de telenovelas que abordem o assunto, consolidar uma população mais engajada aos temas ambientais e incentivar uma mobilização social em prol da preservação da natureza do país.