Enviada em: 28/07/2017

De acordo com informação de 2015 do Ministério da Saúde, os casos de HIV mais que dobraram em um período de 10 anos. Não obstante, a percepção desse crescimento, que também é verificada em outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), contrasta com o atual cenário de extrema facilidade ao acesso às informações, por consequência do advento da internet. Dessa maneira, pensar sobre os motivos do crescimento do número de portadores dessas patologias passa obrigatoriamente por determinadas causas, seja pela mudança de pensamento da sociedade sobre o tema, seja pela falta de conscientização.   Primordialmente, a subestimação da periculosidade de DSTs pela sociedade é um fator determinante para entender esse quadro. Isso ocorreu devido ao desaparecimento da imagem debilitada e penosa que os doentes apresentavam nas décadas de 80 e 90-a exemplo de personalidades como Renato Russo e Cazuza. Contudo, o desenvolvimento de vacinas, antibióticos e coquetéis de medicamentos possibilitou uma melhor qualidade de vida aos portadores de DSTs. Consequentemente, muitos indivíduos passaram a desconsiderar o risco de contágio ou, no máximo, a possibilidade de conviver com o tratamento de forma estável. Tal realidade é ilustrada pelo dado do ministério da saúde de 2016, ao informar que 43,4% não se preveniram na última relação sexual   Por outro lado, é evidente que a sociedade tem demonstrado mais liberalismo em relação à sexualidade. Prova disso foi a popularidade alcançada pela obra Cinquenta Tons de Cinza, da autora E.L. James, que trata de temas considerados tabus, como a sexualidade da mulher. Todavia, determinados grupos da sociedade, tais como a família e a escola, ainda são fechados a esse tipo de discussão. Destarte, assuntos como a prevenção, os sintomas e os tratamentos das DSTs não alcançam a repercussão necessária para conscientização de toda a população, o que contribui para o aumento dessas patologias que poderiam ser prevenidas.   Ademais, na contemporaneidade, a popularidade de aplicativos de relacionamento como o WhatsApp e o Tinder contribuem para facilitar os encontros sexuais. Logo, não se prevenir é um comportamento de risco. As DSTs são uma realidade e os efeitos colaterais dos tratamentos não são fáceis de conviver, o que exige uma postura mais séria da sociedade como um todo.   Diante do exposto, é necessário conscientizar a população que as DSTs são um risco real e presente. Para isso é preciso que os Ministérios da Saúde e da Educação realizem campanhas nas escolas, universidades e na mídia, além de criar disciplinas no ensino básico a fim de informar a população sobre as prevenções, os sintomas e os tratamentos dessas patologias, atenuando assim o problema