Enviada em: 10/09/2017

Assim como Álvares de Azevedo, em suas obras da segunda geração romantista, abordava o sofrimento da tuberculose, Cazuza cantou, na década de 80, o sofrimento de passar por uma DST. A partir dessa década, a população deu mais atenção às doenças sexuais e conseguiu atenuá-las. Todavia, em razão da falta de temor dessas doenças, há hodiernamente um surto de DSTs no Brasil que gera altos custos para o sistema de saúde, tornando-se um problema social a ser resolvido.            Em primeira análise, parafraseando Maquiavel, é preferível ser temido a amado, pois o temor é o responsável pela permanência da ordem social. Nesse sentido, é inegável que o aumento dos infectados por DSTs no Brasil advém da acomodação da população quanto à saúde sexual, já que casos públicos como o de Cazuza são temporalmente distantes, levando a um esquecimento sobre os perigos dessas patologias. Assim, há um pensamento generalizado de que doenças sexuais estão sob controle e possuem cura quando, na verdade, estão em acentuado crescimento e majoritariamente não possuem cura, apenas tratamentos custosos. Portanto, é necessário que hajam ações governamentais que alertem os brasileiros sobre a persistência dessa ameaça para que atentem para a prevenção.       Outrossim, elucidando o sociólogo Hegel, a mudança da realidade inicia com a mudança de pensamento, ou seja, a volta dos casos de DSTs no Brasil advém de uma nova ideia utópica de que, além de ser um fato distante da realidade, possui uma cura, não sendo um problema grave. Contudo, doenças como AIDS, apesar de possuírem tratamentos efetivos, não são curáveis e acarretam gastos que o Estado em crise não pode bancar por muito tempo, além da sífilis, enfermidade bacteriana, que pode ser curada com antibióticos igualmente custosos. Ambas doenças, assim como todas as DSTs, poderiam ser prevenidas com o preservativo, de uso prático e disponibilizado gratuitamente nos postos de saúde. Então, é perceptível que a volta da epidemia de DSTs é consequência de uma visão popular de que a prevenção faz-se desnecessária diante do tratamento, entretanto esse pensamento deve ser alterado a fim de diminuir os gastos da saúde pública e segurar a saúde sexual da população.          Para que haja essa mudança, o MEC deve aderir ao componente curricular a educação sexual por meio de adesão desse conteúdo nos livros didáticos, a fim de criar futuros cidadão que deem a devida importância à prevenção das DSTs. Ademais, ONGs devem criar, nas comunidades, palestras gratuitas sobre os perigos de doenças sexuais, enfatizando o uso do preservativo e informando sobre sua distribuição gratuita, de forma a diminuir os casos de DSTs nesses núcleos. Por último, o Ministério da Saúde deve encaminhar para o tratamento, nos hospitais, aqueles que já possuem a doença, pois, apesar de custoso, é necessário também atenuar o índice de morte por patologias não medicadas.