Enviada em: 06/07/2018

Efeitos de uma Cultura Ultrapassada        Muito comum na história da humanidade, o casamento infantil, tem atravessado países, culturas e religiões, para permanecer vivo nos dias atuais. Um estudo do Banco Mundial revelou que o Brasil é o quarto país no ranking global do casamento infantil. Essa prática além de intensificar as desigualdades de gênero, produz efeitos irreparáveis na vida dessas crianças, princialmente das meninas, revelando a necessidade de se desenvolver meios, principalmente jurídicos, para proteger as crianças dessa prática.       O casamento infantil interfere na formação educacional destas, pois é um dos grandes fatores de evasão escolar, principalmente feminina, fato  este comprovado pelo estudo do Banco Mundial, no qual o referido matrimônio é responsável por 30 % dos casos de evasão escolar. Isso ocorre principalmente em decorrência das novas responsabilidades advindas deste casamento e também em decorrência de gravidez precoce.       Outro ponto negativo desse tipo de casamento, é o do aumento da vulnerabilidade dessas crianças, já que ao deixarem a proteção familiar, se tornam expostas a situações de violência, principalmente por seus parceiros. A estrutura patriarcal da sociedade brasileira entremeada pela religião e pela cultura, gera uma situação de desigualdade entre os gêneros e é esta, na sua maioria em relação as meninas, que leva a casos de estupros maritais, violência e em muitos casos até a morte.       Diante do exposto, cabe primeiramente ao governo elaborar leis que proíbam o casamento infantil e penalize aqueles que colaborarem para tal fato, haja vista que nos países em que aconteceu essa mudança na legislação, os casos de casamento infantil se reduziram, diminuindo assim a evasão escolar decorrente deste. Além disso, as instituições educacionais devem colaborar com palestras e atividades lúdicas, com o intuito de conscientizar as famílias sobre as consequências do matrimônio na vida dos infantes.