Enviada em: 09/07/2018

"O importante não é viver, mas viver bem". Segundo Platão, a qualidade de vida tem tamanha importância que ultrapassa a da própria existência. Entretanto no Brasil, essa não é uma realidade vivida pela classe infantil que é exposta ao casamento precocemente. Com isso, ao invés de agir para aproximar a realidade dita por Platão da existente na sociedade, as famílias patriarcais e o núcleo escolar contribuem com a situação atual.      Herdar o patriarcado vindo da colonização brasileira é, ainda hoje, uma teia firme e de difícil escape. Fato, notado por famílias cujo destino das mulheres sse resume à zelar pela casa, marido e engravidar para fundir a união. Nessa perspectiva, segundo pesquisas mais de 500 mil meninas, antes dos 18 anos, já estão casadas e fora do âmbito escolar, o que intensifica a perpetuação da desigualdade de gênero e a submissão de garotas que não deveriam estar nessa condição imposta muitas vezes pela família. Dessa forma, as realidades se distanciam ainda mais.     Parafraseando Kant, o ser humano é fruto da educação. Nesse contexto, a escola não está cumprindo o papel de ser transformadora social, uma vez que, ao corpo docente, falta preparo para mostrar à essas crianças a importância de opor-se quando discordar dos familiares. Além disso, os professores, peca em negligenciar fatos que são expostos diariamente na sociedade, principalmente orientações que regem os direitos femininos frente as repressões sofridas. Dessa forma dão continuidade ao impasse.   Evidencia-se, portanto, que é preciso tomar algumas medidas. Por conseguinte, é fundamental que a mídia aborde o casamento infantil por meio de novelas e documentários exibidos em horário nobre, mostrando aos pais um alerta das consequências negativas que envolvem as imposições frente a união das crianças que não possuem estrutura psicossocial para um casamento tão precoce para que casos como assim diminuam. É válido, ao Ministério da Educação, capacitar profissionais para dialogar nas escolas sobre os direitos das crianças e a sexualidade tornando-os aptos a reprimir práticas desviantes dos anseios infantis.