Brás Cubas defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "memórias póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a ninguém o legado de nossa miséria. Possivelmente ele percebesse hoje acertada a sua decisão: com relação ao casamento infantil. Nesse contexto, crianças não possuem o direito à uma infância assegurados. Ademais, uma união conjugal precoce prejudica o psicológico, o emocional e o físico de principalmente meninas com homens mais velhos, seja pela ineficiência das leis, seja por uma lenta mudança de mentalidade social. Segundo Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que por meio da justiça o equilíbrio deve ser alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que no Brasil e no mundo casos de casamentos infantis rompem esta harmonia, visto que mesmo após a criação em 1919 da organização "save the children" tenha sido um grande avanço para a proteção dessas jovens é notório, por exemplo, casos como o ocorrido em 2015 entre uma menina de seis anos e um homem de trinta e cinco, em uma cerimônia secreta ocorrida na índia, fato que tem como justificativa uma tradição cultural de sua aldeia. Outrossim, a falta de recursos financeiros de um núcleo familiar também pode ser um estimulo que leva pais a oferecerem suas filhas a casamentos vantajosos, como moeda de troca, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida. Além disso, as meninas que são forçadas a se casar podem estar sendo submetidas a uma união análoga à escravidão, devido ao trabalho forçado, escravidão sexual e a perda da oportunidade educacional, reduzindo sua acessibilidade ao conhecimento e aumentando consequentemente sua dependência em relação ao marido. Diante de tal óptica, com o intuito de diminuir tal aversão na Índia e em vários outros lugares do mundo, é necessário a adoção de palestras com a intenção de quebrar paradigmas culturais. Ademais, o Governo deveria incentivar a educação da mulher e ao trabalho feminino. Além disso, deveria haver uma melhor aplicação das leis, sem burocratizar o sistema.