Enviada em: 06/08/2018

Combate ao casamento infantil      O casamento infantil, no século passado, era extremamente comum. Visto como oportunidade de ascensão social ou ganho de bens, o pai escolhia um homem de sua preferência, normalmente mais velho, e o concedia a mão de sua jovem filha em casamento, a qual, obediente ao pai, aceitava sem questionamentos. No século XXI, apesar de não serem comuns casamentos arranjados pelos pais, casamentos infantis ainda são numerosos e continuam acometendo majoritariamente as meninas. Segundo dados cedidos pelo Instituto Ner Claro Embratel, a idade marital é 9.1 anos a mais para os homens. Assim, com um olhar mais atencioso a vulnerabilidade feminina, faz-se necessário combater o casamento infantil.       A Anzmina publicou gráficos que apontam que matrículas de meninas no ensino secundário, onde a idade mínima para casamento é 18 anos, é 14% maior do que lugares que a idade legal é inferior a 18. Informações essas que chamam a atenção e clamam por uma intervenção. Afinal, ao não concluírem o ensino secundário, dificilmente a mulher encontrará um emprego, consequentemente, se tornará totalmente dependente financeira de seu marido.     Além disso, ao assumir um matrimônio na infância ou adolescência as meninas tornam-se mais vulnevulneráveis a engravidar precocemente, desenvolver complicações na gravidez e sofrer violência do parceiro sexual. Segundo Azmina, por exemplo, meninas que se casam antes de 18 anos tem probabilidade 22% maior de sofrer violência do seu companheiro. Isso, como consequência da imaturidade de ambos os envolvidos, onde o homem, aproveitando da dependência da menina para com ele, impõe sua vontade e a menina não tendo a quem recorrer aceita e torna-se submissa a ele.       Assim, visando o combate ao casamento infantil, foi proposto a implementação da lei que proíbe qualquer caso de casamento antes da idade núbil, porém isolada, essa ela não é capaz de solucionar o problema. Soma-se a isso a necessidade de quebrar o tabu, e falar com as crianças sobre casamento. Isso por intermédio das escolas, as quais promovendo diálogos, bate-papos e reuniões com alunos e pais, promovam a discussão e problematização desse e outros temas, para que assim, se promova a educação familiar e instigue os pais darem continuidade em casa. Dessa forma, criando conscientização nas crianças, o combate ao casamento infantil torna-se eficaz, afinal, como disse Immanuel Kant, "O ser humano é aquilo que a educação faz dele".