Enviada em: 16/08/2018

Na Grécia Antiga, assim como na maioria das civilizações da Antiguidade, o casamento entre crianças era uma prática comum e até mesmo incentivada pela sociedade. Hoje, apesar de todo o conhecimento acerca dos malefícios dessa ação, ainda é possível vê-la em praticamente todos os países do mundo. Nesse sentido, faz-se necessário não só analisar as razões e as consequência do casamento infantil no século XXI, mas também buscar meios para mitigar a questão.      A princípio cabe destacar que as principais causas do casamento infantil estão relacionadas à necessidade de fugir de alguma situação. Nesse viés, tanto a fuga da família, em virtude de eventuais abusos sofridos, quanto a fuga da pobreza, em busca de ascensão financeira, motivam adolescentes a casarem-se. Além disso, há ainda, em algumas regiões, casamentos que são forçados pela própria família da criança, nos quais, guiados por valores de honra, de religiosidade ou em busca de 'dotes', pais oferecem seus filhos em casamento. Exemplo disso, é o que vem acontecendo há décadas na Índia onde, segundo dados do jornal o Globo, concentram-se 40% dos casamentos infantis do mundo.      Como consequência disso, as crianças e adolescentes casados enfrentam desafios em diversos âmbitos de suas vidas. Tem-se, primeiramente, o problema da evasão escolar, isso porque, as meninas, que, em geral, são o grupo mais afetado por casamentos precoces, tendem a engravidar cedo e a abandonar seus estudos, o que, posteriormente, comprometerá sua inclusão no mercado de trabalho, tornando-as cada vez mais dependentes dos maridos e menos desenvolvidas intelectualmente. Ademais, segundo dados do Banco Mundial, mulheres que casam antes dos 18 anos tem 22% mais chance de sofrer violência doméstica, já que, por não serem totalmente maduras, não conseguem -ou não podem- se impor e, assim, vivem subjugadas à seus cônjuges, fato que impacta diretamente em suas saúdes físicas e mentais.      Torna-se evidente, portanto, que o casamento infantil é extremamente problemático e medidas são necessárias para resolver o impasse. Em primeiro lugar, a Unicef deve promover mais campanhas para coibir tal ação, agindo especialmente em locais onde a prática é comum, como no Oriente Médio e na Ásia. Além disso, no Brasil, é dever do governo, por meio do MEC, distribuir nas escolas cartilhas e kits educativos que trabalhem a importância de vivenciar cada etapa em seu tempo, destacando que casamento não é apropriado para crianças. Outrossim, deve também promover debates e palestras com assistentes sociais e psicólogos que tratem sobre como o casamento na infância pode ser prejudicial para a formação psicossocial dos jovens. Tudo isso para educar, desde as séries iniciais, sobre os males do casamento infantil e impedir que o lamentável legado grego persista na sociedade.