Enviada em: 19/05/2019

A primeira lei de Newton admite que um corpo tende a permanecer em seu estado atual se nenhuma força agir sobre ele. Analogamente, o casamento infantil é um problema que permanece em repouso no Brasil, afetando principalmente meninas. Nesse aspecto, é necessário analisar o que faz com que o problema permaneça em inércia e suas consequências.    Primeiramente, é preciso destacar que, a lei vigente permite o casamento de crianças menores de dezoito anos com o consentimento dos pais. O problema, entretanto, é que nessa fase da vida os jovens ainda não estão preparados para tal responsabilidade. Uma vez que, seu lobo frontal -região do cérebro responsável pela tomada de decisões - ainda não totalmente desenvolvido. Dessa forma, expor uma criança a um casamento é uma grande irresponsabilidade.    Ademais, o matrimônio precoce pode trazer inúmeras consequências. Segundo, o Banco Mundial e Unicef, em países que permitem o casamento de menores de 18 anos há uma queda de quatorze por cento de matrículas no ensino secundário. Por conseguinte, essas meninas tornam-se adultas menos preparadas para o mercado de trabalho, além de serem mais suscetíveis a problemas no casamento, como a violência doméstica e abuso sexual. Desse modo, o repouso do problema é muito grave.    Torna-se evidente, portanto, que com o intuito de que o casamento infantil saia do repouso e mude sua trajetória, é necessário que uma força seja aplicada sobre ele. Assim, cabe ao poder legislativo, responsável pela elaboração das leis que regulam o Estado, a criminalização da prática, de modo que as leis que regem o casamento infantil sejam reformuladas, para que este possa ocorrer somente para maiores de dezoito anos, protegendo, assim, as crianças desse mau. Desse modo, pode-se vislumbrar um futuro onde ocorra a mudança da trajetória do problema, conforme a primeira lei de Newton.