Enviada em: 24/05/2019

A “adultização” das crianças      O casamento infantil tornou-se pauta em muitas reuniões do Brasil devido à crescente onda de protestos contra essa eventualidade. No país, infelizmente, o casamento ainda é permitido para jovens de 16 e 17 anos com a autorização dos devidos responsáveis. Essa modalidade, porém, traz uma série de malefícios aos jovens, como, por exemplo, a impossibilidade de terminar os estudos e a crescente violência doméstica.     Neste contexto, um projeto de lei, no qual o casamento só é permitido acima de 18 anos, já foi elaborado para a alteração do Código Civil, mas ainda não obteve resultado. As principais vítimas do casamento precoce são meninas, que, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), contabilizam 7,5 milhões de casos. Após a união, as crianças ficam sujeitas às tarefas de casa e perdem o direito de frequentar a escola e terminar seus estudos, o que resulta na falta de conhecimento e na perda de identidade do jovem.      Além disso, com essa prática, a violência doméstica ganha espaço na vida de inúmeros jovens. Após o casório, a criança fica suscetível a ser violentada, visto que se muda para uma nova casa sem a proteção de seus pais. Assim, ela é tratada como adulta e é obrigada a realizar atos que desconhece, o que pode resultar, até mesmo, na gravidez precoce. Ao longo dos anos, o corpo feminino se desenvolve para, posteriormente, ser capaz de abrigar um filho. Entretanto, sem o desenvolvimento completo do organismo, a gravidez é um risco tanto para a jovem quanto para o bebê, o que resulta no aumento da mortalidade infantil.        Portanto, para vetar o casamento infantil no Brasil, o governo deveria dar a devida importância ao projeto de lei já elaborado, a fim de tornar legal apenas os casamentos a partir de 18 anos. Além disso, deveria, com o apoio do Ministério da Educação, promover palestras educacionais que visem conscientizar a população dos malefícios do casamento infantil e a importância de preservar a infância da criança.