Enviada em: 16/08/2019

O matrimônio é cultivado desde os primórdios do cristianismo. A esse respeito, a prática do casamento sempre foi vista como positiva para a consolidação profissional do indivíduo. Contudo, quando se examina a união estável entre o público jovem, observa-se, principalmente, os seus malefícios sobre a sociedade brasileira, tendo em vista os cerceamentos das oportunidades educacionais desses cidadãos. Nesse sentido, verificam-se o fenômeno da evasão escolar, bem como a gravidez precoce como potencializadores desse cenário.   A princípio, é importante destacar o impacto do casamento infantil na educação brasileira. Isso porque, embora a filosofia existencialista de Sartre afirme que o homem está, paradoxalmente, condenado a ser livre, quando se analisa a união estável infantojuvenil, observa-se um distanciamento desse público do ambiente escolar. Isso torna-se claro devido às obrigações do matrimônio, como administração domiciliar e a procura de mecanismos que gerem renda ao casal. Consequentemente, cria-se um cerceamento das oportunidades individuais, uma vez que a baixa escolaridade limita a busca de empregos e potencializa a migração precoce do jovem a práticas informais da economia. Logo, enquanto essa prática persistir, a população continuará inserida em relatos de subemprego.   Outrossim, sob a ótica sociológica do país, nota-se o fenômeno do casamento precoce como um agravante dessa temática. Acerca desse tópico, é importante pontuar a presença do passado machista na população hodierna, já que esteriótipos, como o casamento virgem, ainda é imposto ao público feminino. Nesse viés, mesmo com os avanços sociais de igualdade de gênero, nas últimas décadas, tão difundidos em episódios como o ``Maio francês`` de 1968, em que manifestantes tomaram as ruas da França e propagaram o empoderamento feminino, muitos pais, presos às raízes do preconceito, optam pelo casamento forçado de suas filhas ao se depararem com uma gravidez indesejada. Desse modo, não raro, os jovens são obrigados a assumirem a condição de adultos e abandonarem a carreira estudantil.   Infere-se, portanto, a busca de medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, compete ao Ministério da Educação aplicar mecanismos informacionais e disciplinativos nas diversas esferas da sociedade para minimizar o casamento infantil. Isso poderá se realizar mediante a criação de projetos escolares ministrados por psicólogos e autoridades jurídicas, os quais esclareçam aos pais, em horários flexíveis, sobre os efeitos negativos dessa temática no que tange ao desenvolvimento profissional dos jovens e o papel da família na erradicação dessa mazela. Tudo isso para que os adolescentes não tenham ceifados as suas potencialidades educacionais em prol do convívio matrimonial.