Enviada em: 09/06/2017

Diante do crescente número de registros e denúncias de casos de pedofilia no Brasil, ou seja, atos de violência sexual contra crianças e adolescentes de até 14 anos de idade, tornou-se extremamente necessário discutir sobre o assunto e traçar metas para combater esse crime. Por se tratar de um crime que, não só afeta familiares e recebe comoção nacional, mas também corrompe o desenvolvimento e a integridade dos indivíduos violentados, a pedofilia é um problema de segurança e saúde pública, o qual precisa receber atenção integrada de gestores públicos.        Abusos sexuais contra crianças e adolescentes não é um problema apenas da atualidade. Há séculos, essa realidade atinge milhares de pessoas não só no Brasil, como também no mundo. Diante das inovações tecnológicas que, além de permitir maior acesso à informação, também possibilitou o desenvolvimento de ferramentas de denúncias, somado às novas organizações sociais, como a maior autonomia das mulheres e a descentralização do homem como referência familiar, a violação à integridade das crianças tornou-se um tema mais exposto, facilitado, assim, o combate. Contudo, embora muitas medidas tenham sido tomadas para erradicar o problema, notícias de abusos nos noticiários nacionais ainda é uma realidade e, a pedofilia ainda é um tabu para a sociedade.         Segundo dados disponibilizados pelo governo federal, em 48% dos casos de pedofilia o agressor é um familiar ou conhecido próximo da família, o que dificulta a percepção por terceiros, denúncias e, consequentemente, a punição dos culpados. As consequências são nefastas para as vítimas. Muitas crianças, como forma de reagir à agressão, excluem-se de grupos sociais, apresentam queda no rendimento escolar/pedagógico, manifestam comportamentos que remetem sentimentos de exclusão, tristeza, agonia, medo e ansiedade e, sobretudo, tendem a crescer com traumas psicológicos e tornarem-se adultos violentos no futuro.        Diante dos argumentos supracitados, decorrentes do crescimento dos índices de pedofilia no Brasil, com o objetivo de atenuar o problema, é necessário que o Estado garanta segurança a todas as crianças, o que pode ser feito por meio da manutenção de veículos de denúncias e a ação do Conselho Tutelar. Cabe ainda ao Estado garantir atenção básica para todas as vítimas, oferecendo desde atendimento médico até acompanhamento psicológico. Além disso, é imprescindível que a mídia ofereça informações de qualidade acerca do tema, mostrando aos cidadãos os índices alarmantes e divulgando formas de ajudar às vítimas. Somado a isso, é de extrema importância que os pais e familiares, assim como as instituições educacionais, fiquem atentos a qualquer mudança de comportamento das crianças, para que, assim, possam avaliar os casos e buscar ajuda especializada.