Enviada em: 31/05/2017

No ano de 1955 foi lançado o polêmico livro "Lolita" do autor Vladmir Nabokov, que narra o envolvimento de um homem de meia idade com a sua enteada de doze anos. Além de ser conhecido mundialmente, o romance retrata uma situação extremamente atual e crescente em que adultos se beneficiam da inocência de crianças e jovens para violar seus corpos, causando danos físicos, psicológicos e sociais. Ademais, muitos casos permanecem impunes devido a falta de denuncia.      De acordo com o Governo Federal em 2013 foram feitas, através do disque 100, um total de 23 mil denuncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. No ano seguinte, o número de casos elevou, chegando a 26 mil, ainda sem o levantamento as ocorrências não denunciadas, motivadas principalmente pelo pacto de silêncio, que acontece quando o agressor ameaça a vítima para que ela não comunique aos pais ou responsáveis, causando medo ao inocente.     Outro fator que também coopera para que grande parte dos casos não sejam denunciados é que boa parte dos responsáveis trabalham muito ou fazem atividades que diminuem a sua comunicabilidade com os filhos, resultando em pouco tempo para ouvi-los ou prestar atenção em seu comportamento, grande indicador de um possível abuso. Somado à isso, a mídia em si e internet têm favorecido a erotização precoce por meio da pornografia e envio dos famosos "nudes", que são fotografias íntimas, além de diminuir a distância entre a vítima e seu agressor, já que pode-se facilmente comunicar-se com qualquer pessoa em qualquer lugar do Brasil.     Logo, deve-se buscar formas eficientes de combate à esse mal. É recomendável que o Ministério da Educação implante a disciplina de Educação Sexual Nacional obrigatória desde o início da formação escolar, a fim de que as crianças entendam sobre seu corpo e que ninguém pode violá-lo. Aos pais, é indispensável que reservem mais tempo com seus filhos para escutá-los sobre possíveis sinais de um abuso, e para que possam alertar sobre os perigos do uso incorreto da internet. Outrossim, cabe ao Ministério das Comunicações a fiscalização e proibição de conteúdos que fazem apologia á pornografia infantil em todos os meios. Em consonância, seria ideal que a Polícia Civil investisse no monitoramento de pedófilos na rede mundial de computadores através de softwares que os rastreiam. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país mais seguro para nossas crianças e jovens.