Enviada em: 11/06/2017

Amor, respeito, proteção. Práticas que deveriam ser vivenciadas no cotidiano familiar de crianças e adolescentes, são suplantados pelo abuso, que muitas vezes ocorrem dentro de seus próprios lares. Estima-se que mais da metade dos casos de crimes sexuais contra menores de 18 anos ocorrem dentro de suas casas.     Todos os anos, milhares de crianças são atendidas no sistema de saúde brasileiro  após serem vítimas de violência sexual. O Governo, no entanto, não tem a dimensão exata dos números de abusos que ocorrem, uma vez que muitos casos não chegam a ser atendidos e tantos outros não são descobertos pelas autoridades.       O medo, a vergonha e, muitas vezes, a sensação de nem mesmo saber o que está acontecendo, são os principais fatores que inibem as denúncias de violência sexual. O diagnóstico do abuso, no entanto, é ainda mais difícil quando o crime ocorre no seio familiar, praticado por um parente ou amigo próximo. Muitas pessoas só têm a consciência de que foram abusadas na infância, depois que crescem, tomam conhecimento do próprio corpo e conseguem discernir o que é abuso ou não.       Com o aumento das campanhas e da conscientização da população, está ocorrendo um aumento da quantidade de denúncias aos órgãos competentes. Estes números, entretanto, ainda são baixos se comparados às estimativas governamentais. A Organização Mundial de Saúde calcula que um quinto das mulheres de até 18 anos sofram algum tipo de violência sexual.       O caminho para a diminuição do abuso é a conscientização, principalmente das crianças, para que elas passem a ter consciência do próprio corpo. Tem que existir um canal aberto de comunicação e conscientização com os pais, escola e autoridades. Além disso, é necessário o endurecimento da legislação pertinente e o investimento em serviços públicos competentes tanto para a investigação de casos, quanto para o acompanhamento psicológico das vítimas.