Enviada em: 05/06/2017

Segundo Oscar Wilde, a melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes. Neste âmbito, a proteção da infância contra casos de violência sexual é crucial para se garantir a felicidade dessas crianças. No Brasil, entretanto, o combate à pedofilia encontra dificuldades para que seja eficaz, dentre elas destaca-se a falta de engajamento social por parte da população civil e a precária infraestrutura de órgãos que atendem e tratam esses casos – desde a polícia até hospitais e assistência social.          É indubitável que crimes como a pedofilia sejam de difícil engajamento social. Apesar de execrável por suas características intrínsecas, este tipo de delito é muitas vezes silenciado e ignorado por grande parte da sociedade, tendo em vista que, na maioria dos casos, os agressores são da própria família ou conhecidos dela. Esse fato torna ainda mais difícil que tais casos cheguem às devidas instituições, evidenciando a necessidade de se educar as crianças e suas respectivas famílias, incentivando debates e denúncias.        Outrossim, existe a questão governamental. As instituições que recebem e tratam as ocorrências devem estar sempre muito bem preparadas. A assistência e a sensação de apoio são imprescindíveis tanto para o incentivo às denúncias quanto para o bem estar da própria família e vítima. Portanto, investimentos em infraestrutura e capacitação profissional em delegacias, hospitais e assistências sociais se faz necessário.        Neste âmbito, torna-se urgente a adoção de medidas, tendo em vista os alarmantes números de abusos sexuais em crianças. A formação do caráter de um indivíduo ocorre na infância e a violência pode mudar tudo – inclusive as chances de desenvolvimento, inserção social e estabilidade psicológica, correndo o risco de que a história de abuso se repita quando essa criança chegar à idade adulta, porém agora na condição de agressor.        Desta forma, para que se faça mais célere e eficaz o combate à pedofilia, seria interessante que nas escolas públicas e creches, professores e psicólogos explicassem e incentivassem as denúncias por parte das crianças, por meio de aulas e exposições lúdicas. Essa é uma medida que, a longo prazo, tornará a sociedade mais consciente acerca da questão uma vez que essas crianças crescerão e formarão famílias saudáveis e que debatem e expõem seus sentimentos. Além disso, investir na ampliação da atuação das assistências sociais ajudaria nesse processo – a começar pela implantação de uma verba mínima maior que a estipulada para os centros de apoio, delegacias e assistências sociais governamentais. Com isso, talvez, o Brasil seja mais justo com a infância e juventude.