Enviada em: 01/06/2017

A miopia familiar        No decorrer do século XXI, o abuso sexual infantil dobrou em relação a antes dos anos 2000, visto a cultura de impunidade vigente no Brasil. Crianças que antes sentiam-se protegidas em casa, atualmente se encontram em vulnerabilidade ao dividir o lar ou até mesmo o ambiente diário com pessoas que ferem os princípios morais e utilizam-se das variações da violência para submete-los.      É bem verdade que em um país cada vez mais tecnológico e banalizado, passa a ser normal o compartilhamento de imagens fortes e indignantes. Com o passar do tempo, essas imagens criam raízes de naturalidade no subconsciente dos indivíduos que passam a achar normal qualquer ferimento à ética e valores universais. Tal consequência, quando ligada à impunidade, gera ramificações e uma delas é um indivíduo inescrupuloso que vê normalidade ao abusar de crianças.        Ligado à isso, a superioridade física faz com que haja dominação e logo, agressividade sob tal segmento indefeso. E a família, deve estar presente para qualquer variação no estado comportamental da criança que muitas vezes é submetida ao estado de violência que, segundo o sociólogo Muniz Sodré, é qualquer ato que cause medo ao indivíduo, sendo assim, qualquer criança está vulnerável.         Logo, a frequência social diária do jovem deve ser mediada pela atuação familiar que muitas vezes não percebe alterações comportamentais tão próximas. Fica clara, portanto, ao poder executivo, a ampliação dos sistemas de recepção de denuncias anônimas em todo o país com sede em cada estado, atuando sempre de forma sutil e sigilosa. Somado à isso, a atuação do terceiro setor no apoio e oferecimento de investigação psicológica dos familiares, e também visitas semanais de acompanhamento ao público infantil.