Enviada em: 03/06/2017

Na mitologia grega, antes de se casar com Jocasta, Laio, após sofrer perseguições políticas foge de sua cidade natal e é acolhido por Pélopes, pai do belíssimo e púbere Crísipo, por quem o Rei de Tebas se apaixona e comete abusos sexuais, trata-se da primeira história de pedofilia narrada na antiguidade clássica, desde então os relatos são crescentes chegando a média de 26 mil denúncias em 2014 no Brasil. Em que pese o número ser considerável existem muitos casos que não são levados ao conhecimento do poder judiciário, isso porque as vítimas se sentem coibidas com a situação, sendo certo que o principal fator para que o combate à pedofilia não seja mais eficaz é o silêncio da vítima.      Em primeiro lugar, a sociedade Brasileira trata certos conceitos como uma verdade absoluta, transformam uma construção cultural em algo que parece tão natural quanto uma lei biológica, e que, portanto, não deve ser debatido e nem pode ser mudado, é o que acontece com o sexo, grande parte das famílias brasileiras não tocam no assunto e a falta da debate acerca de temas que abordem relações sexuais são extintos do ambiente familiar, neste contexto, a criança e o adolescente ao sofrerem  alguma forma de abuso sexual, não encontram meios para expor a situação vivida.      Ademais, segundo dados divulgados pelo governo Federal, 40% dos casos de pedofilia são praticados por parentes da vítima, sendo certo que em 15% das ocorrências, o suspeito era o pai; em 10%, o padrasto; em 15%, outro grau de parentesco, como avô, tio ou primo, o que dificulta ainda mais situação do menor impúbere, que se vê violentado por alguém que deveria protegê-lo .         Ora, a escola é de grande importância para o combate a pedofilia, uma vez que inserindo o assunto no ambiente onde as crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo é possível compreender o que é a pedofilia e se em algum momento a criança se encontrar em uma situação de abuso sexual conseguirá identificar e buscar ajuda.         Sendo assim, a partir do momento em que a escola, motivada por ONGs e por ações conjuntas entre o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de justiça, insere no currículo escolar debates acerca de temas tratados como tabu pelas famílias brasileiras, levando ao conhecimento das crianças, de maneira didática quais são os seus direitos, bem como inserido no ambiente familiar o discussão acerca do temo será possível combater de maneira mais efetiva a pedofilia no Brasil.