Enviada em: 03/06/2017

O dia 18 de maio é dedicado ao Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes. Essa data traz em suas entrelinhas uma realidade caótica vivenciada por alguns brasileiros. Sem dúvidas, o país enfrenta desafios ao combate à pedofilia, principalmente, nos casos cibernéticos, já que se trata de um assunto constrangedor e doloroso para a vítima.       Em primeiro plano, é importante atentar para causas e consequências do abuso sexual a essa faixa etária. Segundo dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), 20% das meninas e mulheres de até 18 anos sofreram algum tipo de violência sexual no mundo. Isso evidencia uma cultura machista, a qual objetifica a mulher e a enxerga, desde a infância, como instrumento de prazer. As crianças, por seres extremamente vulneráveis, são vitimadas por pessoas que se dizem “amigas”, ou seja, o abusador é alguém muito próximo do seu convívio social (familiares e amigos). Consequentemente, esses inocentes carregam em si uma dor crônica, marcada pelo sofrimento, raiva, baixa estima e até depressão, por não saberem lidar com a situação.       Por outro lado, combater esse mal é desafiador, mas necessário. Sabe-se que o medo e a falta de aparato social contribuem para o silêncio da vítima e de alguns conhecedores do caso. Hoje o Brasil conta com o apoio do Conselho Tutelar e do Disque Denúncia, porém precisaria de um centro especializado com profissionais sensibilizados e acolhedores, como, por exemplo, a delegacia da mulher. No entanto, a internet é o meio no qual se encontra maior facilidade de contato, como se observa nos dados da Campanha Nacional de Combate à Pedofilia na Internet: 1 em cada 5 crianças que navegam na rede recebe uma proposta de um pedófilo. Fato preocupante, já que não existem leis penais específicas para crimes virtuais.       Portanto, a pedofilia existe no Brasil e precisa ser combatida. Para tanto, é imprescindível o papel dos pais junto aos seus filhos, a fim de promover uma educação sexual o quanto antes, observar mudanças comportamentais, bem como, acompanhar de perto o uso das redes sociais pelas crianças. O Ministério de Segurança Pública pode investir (cofres públicos) na implantação das unidades especializadas, promovendo, neste ambiente, atendimento amplo (denúncia, tratamento médico, psicológico e terapêutico para a vítima). Por fim, os crimes cibernéticos precisam ser melhores investigados pela Polícia Civil por meio de “softwares” capazes de fornecer informações, caso o conteúdo trocado seja de cunho sexual infantil. Logo, será possível não limitar ao dia 18 de maio a consciência de combate a esses crimes.