Enviada em: 05/05/2019

No episódio USS Callister, da série britânica Black Mirror, Robert é constantemente zombado pelos seus colegas de trabalho e, decide então, criar um jogo virtual onde pode aprisionar suas almas e então, abusa-los emocionalmente. A leitura do episódio é uma vingança de alguém que sofreu bullying, isto é, agressões constantes verbais ou físicas de alguém ou grupo de pessoas. Este tipo de problema é bastante comum nas escolas brasileiras e com consequências amplificadas pela vítima ser criança. Os casos de bullying  em escolas traduzem àquelas que sofrem dois tipos de reações: a violência contra a sociedade ou, mais comumente, autoflagelação psíquica e física. Muito pouco tem sido feito para melhorar o quadro e multiplicam-se as ocorrências de extravasamento das reações citadas.        Primeiramente, o bullying pode causar traumas a vítima de maneira semipermanente e permiti-lo é um aval à destruição de uma vida. O tipo mais comum de sintomas são aqueles que recaem sobre os sofrentes. Problemas como ansiedade, depressão e tendências suicidas são amplamente notados nestes indivíduos, causando prejuízo a vida adulta. Ao optar no combate frouxo ou mesmo ausente a este tipo de violência, as vítimas jovens sofrem alterações cerebrais que desregulam emoções. Tais estudos são comprovados em diversos artigos científicos publicados recentemente, especialmente no site do NCBI, um importante centro de pesquisa médica dos Estados Unidos.        Apesar de ser mais comum o sofrimento individual, a frustração do bullying pode se tornar em violência com frequência. No Brasil, massacres como Realengo e Suzano são exemplos de ex-vítimas que resolvem planejar sua suposta redenção, tal como Robert no episódio de Black Mirror. Nos últimos anos, há um aumento de atentados em escolas, com a utilização de armas de fogo, que conduzem ao maior número de pessoas mortas possíveis. Tais crimes são um desafio, na medida que os atiradores não tem apreço pela sua própria vida, isto é, não se importam com as consequências de seus atos, além de ser difícil a previsão de ocorrência dos mesmos.        Diante do exposto, o bullying nas escolas as transforma em barris de pólvora e também produz indivíduos com problemas psicossociais graves. Assim, é imperativo que a discussão sobre o tema seja feita semanalmente pelas escolas durante o horário de aula, em conjunto com alunos, para verificar oportunidade de melhorias de convivência escolar e também descobrir a existência de casos concretos, identificar a vítima, já que estas dificilmente denunciam e, assim, iniciar um trabalho que evite a progressão da violência. Tal solução deve ser normatizada pelo Ministério da Educação e resultados enviados aos núcleos de educação, para apreciação ulterior. Com o tema presente nas escolas é possível pensar em maneiras de mitigar o bullying, bem como suas consequências nefastas a todos.