Enviada em: 30/05/2019

Adaptada pela Netflix, a série “Os treze porquês” retrata a vida escolar de Hannah Baker, uma jovem estudante que, após sofrer atos que vão de bullying até estupro, grava fitas contendo depoimentos e depois comete suicídio. Fora da ficção, é fato que a violência sofrida por Hannah pode ser relacionada à realidade vivida por jovens brasileiros e que, se não tratada da maneira correta, pode levar o indivíduo a tomar decisões impensadas. Portanto, é válido analisar maneiras para prevenir tal distúrbio, bem como formas de recuperar os que foram afetados por essa forma de opressão.       Em primeiro lugar, é preciso destacar a importância da escola na prevenção de atos como o bullying. Isso porque, além da simples exposição de conteúdo, é seu dever educar o aluno para a convivência coletiva. Defendida pelo filósofo e pedagogo Paulo Freire, a “cultura da paz” evidencia o papel da educação na exposição de injustiças, incentivando a colaboração, a convivência com o diferente e a tolerância. Isso comprova a necessidade de instituições de ensino trabalharem o assunto desde as camadas básicas da educação, visando, assim, o combate da violência entre alunos e dos próprios professores com os estudantes.       Por outro lado, caso o jovem seja afetado por práticas de bullying, torna-se necessário um acompanhamento especial direcionado ao mesmo. Noticiado pelo G1, o “Massacre de Realengo”, acontecido em 2011, teve como responsável o jovem Wellington Menezes, que segundo familiares e amigos, sofria constantes intimidações na sala de aula. Situações de intimidação, como ocorrido no atentado supracitado, são comuns no processo escolar, visto que os estudantes estão no processo de formação de caráter. Entende-se, portanto, que nem mesmo os casos mais simples devem ser ignorados por pais e professores, pois adolescentes amedrontados podem assumir atos extremistas como forma de revide.          É evidente, em suma, que ainda há entraves para a solidificação de um mundo melhor. Destarte, o Ministério da Educação deve, por meio do sancionamento de leis, tornar obrigatória a presença de psicólogos nas escolas. As consultas dos alunos com os profissionais seriam feitas de forma discreta, para evitar possíveis constrangimentos. Dessa forma, espera-se que os distúrbios relacionados ao bullying sejam erradicados e que histórias como a de Hannah Baker existam apenas na ficção.