Enviada em: 09/06/2019

A série televisiva americana "Todo mundo odeia o Chris" relata o cotidiano do estudante negro Chris em uma escola para brancos, o qual é alvo de constantes ataques morais e físicos. Analogamente, ataques sofridos pelo personagem apresentam uma realidade hedionda das escolas brasileiras: o bullying. Dessa maneira, a presença da intolerância na sociedade, que promove a mazela, resulta em graves sequelas sociais e vai de encontro aos direitos humanos. Destarte, faz-se necessário remodelar ideais enraizados na sociedade brasileira para mitigar a problemática.       Antes de tudo, cabe analisar o bullying como um produto do preconceito e da tolerância presentes no Brasil. Neste sentido, a visão Determinista do século XIX mostra-se paralela à problemática: uma sociedade com tanto menosprezo para com os diferentes resulta em crianças e jovens com mentalidades opressoras e intolerantes. Diante disso, observa-se que a predisposição ao bullying tem caráter social e, por isso, se tornou urgente a intervenção estatal para alterar tais atitudes da sociedade brasileira.       Outrossim, as consequências que o bullying gera na sociedade são alarmantes e devem ser levadas em conta. Desse modo, a exclusão social é o seguimento mais bruto aparente, uma vez que derruba os pilares democráticos e faz a vítima das agressões ser passiva no ambiente social. Nessa perspectiva, os direitos de igualdade garantidos na Constituição de 1988 se tornam inválidos, visto que o agredido não desfruta de sua liberdade natural. Ademais, a teoria da equidade de Aristóteles -os diferentes devem ser tratados na medida de suas diferenças- torna-se totalmente inválida, o que aumenta mais ainda a preocupação com esse fragmento da sociedade. Sob esse viés, garantir direitos já positivados nunca se fez tão necessário nas instituições de ensino.       Por conseguinte, torna-se imprescindível uma parceria entre o governo e a mídia para confrontar tais problemas. Cabe, então, à mídia promover campanhas que informem as consequências do bullying nos ambientes escolares, por meio de reportagens e depoimentos de vítimas do problema e também páginas na internet que promovam discussões sobre o assunto, afim de influenciar a sociedade a se tornar mais atenta aos casos de agressões ao seu redor. Concomitantemente, o Ministério da Educação deve disponibilizar pedagogos que auxiliem os estudantes com palestras e ofereçam a sua ajuda para tornar um ambiente escolar mais harmônico. Logo, talvez assim, o bullying passe a ser instrumento de comédia como utilizado na série e não um grave problema social.