Enviada em: 15/07/2019

Na série americana "13 reasons why", a personagem Hannah Baker tem sua vida destruída ao sofrer agressões físicas e psicológicas pelos seus colegas de escola. Apesar de se tratar de uma ficção, a trama mostra uma história que não se afasta tanto assim da realidade vivida mundo afora. Nesse sentido, no Brasil, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), no ano de 2015, lançou dados de que um a cada dez estudantes sofrem bullying, ratificando a premissa de que essa violência não se encontra apenas em séries de televisão. Sob essa perspectiva, é notória a necessidade de uma ação mais contundente dentro dos locais de ensino, a fim de prevenir e recuperar as ações dessa mazela social.        Em primeira instância, é importante destacar que, o ditado popular "é mais fácil prevenir do que remediar" parece fazer alusão às práticas de bullying nas instituições escolares. Nesse panorama, casos como o Massacre de Suzano, no qual o ex-aluno responsável pelo atentado  foi vítima de bullying enquanto estudava na instituição, confirmam a importância de prevenir os atos de opressão nas escolas, com a finalidade de impedir situações como a de Suzano. Dessa forma, é evidente a necessidade de transpor as barreiras, as quais inviabilizam a instauração de uma sociedade prezadora do princípio de alteridade, prática de se colocar no lugar do outro.        Em segunda instância, as consequências das práticas de bullying muitas vezes são irreversíveis. Nesse viés, o filme "Um grito de socorro" narra a história de Jochem, um adolescente gordinho, o qual sofre bullying por sua aparência física e, em virtude disso acaba cometendo suicídio. Sob essa ótica, é mister desmitificar alguns padrões arcaicos, os quais excluem os que não se enquadram neles, para que opressões sejam minimizadas.                   Infere-se, portanto, a necessidade de medidas capazes de solucionar o impasse. Logo, é dever do Ministério da Educação juntamente com o da Saúde, promover, por meio de verbas governamentais, a capacitação de psicopedagogos para atuarem dentro do ambiente escolar, sugerindo aos pais e docentes instruírem os infantes sobre os malefícios do bullying, por intermédio de filmes e documentários, além de proporcionar palestras com os estudantes, com o propósito de construir um sentimento de empatia para lidar com o outro e, desse modo, desconstruir preconceitos. Dessa maneira, episódios como o narrado pelo filme, "Um grito de socorro" não mais farão parte do cenário escolar.