Enviada em: 21/07/2019

O filme ''Apenas uma chance'', que retrata a história do tenor britânico Paul Potts, mostra como o bullying sofrido em boa parte de sua infância e juventude provoca consequências até na vida adulta. Essa realidade também é presente do Brasil, visto que um em cada dez estudantes é vítima frequente de bullying, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), em 2015. Tendo em vista as consequências que a prática de bullying pode causar, ele deve ser combatido.       O bullying, caracterizado por comportamentos cruéis, intencionais e repetitivos,  pode acontecer de diversas formas, como em ações de colocar apelidos, espalhar ofensas, ameaçar, ridicularizar, xingar, bater, destruir pertences, entre outras. Essas ações transformam-se em uma espécie de tortura psicológica que amedronta e cala a vítima, o que dificulta seu convívio em sociedade e pode resultar em quadros de estresse, mudanças comportamentais e depressão. Em situações extremas, a vítima pode acabar cometendo crimes mais graves do que as agressões sofridas, como o ocorrido em uma escola de Suzano, SP, em 2019.       Esses atos de bullying podem ocorrer em qualquer lugar ou situação, no entanto, o principal cenário é o ambiente escolar. Isso se dá pelo convívio com colegas intolerantes, pela falta de preparo de muitos profissionais ao lidar com possíveis situações de bullying e por uma falha na comunicação com a família, que, muitas vezes, também não sabe como notar os sinais de que o jovem está sofrendo esse tipo de violência. Além da escola, também é notória a extensão dessas agressões para o ambiente virtual, por meio das redes sociais, que dão uma sensação de segurança pela possibilidade de o agressor se esconder em perfis falsos, além de ter um impacto maior em relação à velocidade com que xingamentos, ameaças e difamações são compartilhadas.        Portanto, medidas são necessárias para combater essa realidade. Para isso, as escolas devem intensificar o preparo de seus profissionais, a fim de que professores e psicólogos possam notar sinais de que algum aluno está sofrendo bullying, como mudança repentina de comportamento e isolamento social e, além disso, deve-se ampliar a comunicação com a família, tanto das vítimas como dos agressores, a fim de oferecer apoio e punição adequada e, assim, superar o problema. Quanto ao âmbito virtual, cabe aos desenvolvedores das grandes redes sociais criar um canal para denúncia de perfis e postagens de bullying, além do desenvolvimento de softwares capazes de filtrar possíveis comentários com teor desse tipo de violência nas publicações. Além disso, a mídia pode contribuir por meio de reportagens em série ou com personagens da dramaturgia, ampliando a possibilidade de discutir sobre o bullying no Brasil.