Enviada em: 25/07/2019

Com a pós-modernidade, as transformações na sociedade fizeram com que as relações sociais, agora marcadas pelo prezar individual, enfraquecessem, contribuindo assim na eferverscência de condutas que difundem o preconceito. O pouco respeito à alteridade e o individualismo exacerbado, implicam com que práticas de exclusão e de não reconhecimento do outro perpetuem na sociedade brasileira.   É indubitável que a cultura egocêntrica esteja entre as causas do problema. Segundo o filósofo Hegel, a cultura impõe determinada visão de mundo, onde seus fins são impessoais e coletivos. Seguindo esta linha de raciocínio, observa-se que o apreço narciso e individualista contemporâneo está diretamente interligado com o grande crescimento dos casos de bullying no Brasil, o qual segundo a UNICEF é o quarto país com maior prática da questão no mundo. Isso ocorre principalmente devido ao fortalecimento de ações e pensamentos que prezam pela superioridade de um em prol do outro, e quando postas em práticas de exclusão como agressões físicas e psicológicas, causam danos que alimentam o ciclo de problemas de saúde, principalmente os de natureza psíquica, como ansiedade e depressão, além de distúrbios alimentares como bulimia, obesidade e anorexia,   Análogo a isso, o antropólogo Clifford Geertz afirma que o ser humano é um animal preso em teias que ele mesmo teceu, sendo a culturas parte delas. Em virtude disso, entende-se que a relatividade da cultura de importância dos meios comunicativos e midiáticos é essencial na manutenção e amplificação do bullying em meio social, uma vez que o indivíduo está amarrado em teias dos padrões do socialmente aceito, sejam eles os comportamentais, de beleza e/ou do agir, que ele mesmo teceu, ou seja, construiu, os quais são amplamente difundidos e afirmados pelos meios supracitados. De modo que tão intrínseco ao ser e ao seu modo de pensar, àqueles que divirjam dessa concepção construída sofrem ataques por suas diferenças, onde aprofunda e universaliza o desconforto da vivência consigo.  Torna-se claro, portanto, práticas que contornem a situação de bullying no Brasil. Para isso, a população em núcleo familiar deve introduzir a importância do respeito às diferenças no ensino de uma vivência coletiva respeitosa, bem como a valorização do diálogo para facilitação da recorrência à ajuda caso algum membro seja vítima de agressões, de modo que ao prezar pela adversidade o ciclo cultural da individualização seja substituído pelo coletivo. Os meios de comunicação e entretenimento por meio de propagandas, filmes e séries devem abranger o entendimento de padrões, flexibilizando e prezando pelo entender que a diferença e o respeito é o que prioritariamente devem ser socialmente aceitos. O Ministério da Saúde deve trabalhar na ajuda às vítimas, onde gratuitamente, ofereçam centros de apoio, com psicólogos e psiquiatras, para que assim, o bullying seja diminuído, e por fim, erradicado.