Enviada em: 08/08/2019

No filme "O Extraordinário", de 2017, Auggie é um garoto que nasceu com uma deformidade facial. Aos 10 anos, ele irá frequentar uma escola regular, porém essa nova realidade é conturbadora, já que ele sofre provocações de seus colegas de classe. Similarmente, situações como essa são recorrentes fora das telas, uma vez que ações por parte de escolas e famílias não estão sendo eficazes no combate ao bullying no Brasil.      Em primeiro lugar, é necessário destacar a importância do educandário na luta pela diminuição do problema. Segundo Paulo Freire, é papel da educação expor injustiças, incentivando a colaboração, a convivência com o diferente, a tolerância. Entretanto, percebe-se no país que as instituições de ensino estão mais preocupadas em transmitir conteúdos para as provas a erradicar as práticas de bullying rotineiras.    Dessa forma, outro agente é relevante na discussão sobre o tema: a família. Enquanto a de Auggie sempre esteve ao lado dele para falar sobre o dia, muitas não fazem o mesmo. O ritmo acelerado, no qual os indivíduos estão inseridos, faz com que as relações entre tais diminuam, os afastando cada vez mais, como já dizia Bauman. Por consequência, as vítimas das humilhações encontram outros caminhos, por exemplo o suicídio, para fugir das intimidações.       Fica claro, portanto, que medidas eficazes precisam ser tomadas para o combate ao bullying no Brasil. Logo, cabe ao MEC fiscalizar se a lei nº13185 - Lei Anti-Bullying - está sendo executada. Essa ação deve ser feita por meio de visitas às escolas, a fim de essas instituições exercerem seu papel como Paulo Freire pensava. Além disso, as famílias devem reservar um momento do dia para se relacionarem, seja por meio de conversas ou jogos, a fim de os vínculos não se liquidarem. Desse modo, é provável que menos pessoas passem pelo o que Auggie viveu.