Enviada em: 24/08/2019

"13 Reasons Why" é uma produção original da plataforma Netflix que trata sobre o bullying. Essa, retrata a vida da adolescente Hannah Baker, e como as perseguições sistemáticas que ela sofria foram fundamentais no desenvolvimento de depressão da personagem, que comete o suicídio. Entretanto, o bullying não é algo vivenciado apenas cinematograficamente, mas também é uma realidade de jovens brasileiros, na qual a perpetuação dessa forma de agressão é fruto de uma naturalização da violência no ambiente escolar, que pode levar a traumas físicos e psicológicos entre as vítimas.     Primeiramente, o bullying se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, sobretudo no ambiente escolar. Exclusões, humilhações, constrangimentos e agressões são as violências mais frequentes enfrentados por cerca de 17% dos estudantes no Brasil, segundo dados levantados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) em 2015. Por se tornar algo recorrente nas salas de aula, crianças e adolescente passam a acreditar que essa violência faz parte do cotidiano escolar, o que significa certa naturalização dos comportamentos violentos. Dessa maneira, os jovens têm dificuldades em reconhecer uma prática agressiva e humilhante como um ato de violência por conta de sua banalização.     Contudo, apesar de vulgarizada, as práticas violentas podem causar sérios traumas físicos e psicológicos entre as vítimas, isto é, os alvos de bullying têm queda da autoestima, que afeta negativamente seus rendimentos escolares, que pode promover a evasão escolar, além de abalar suas relações sociais e sua visão de mundo. Esses são mais propensos a desenvolverem distúrbios psicológicos, como a ansiedade e depressão. Todavia, a vítima, que passa viver em um ambiente violento, pode passar a reproduzir a violência sofrida, como no caso do Massacre do Realengo, onde um jovem voltou à escola onde era vítima de bullying e atirou e matou doze estudantes. Assim, as perseguições sistemáticas podem causar traumas que podem ser perpetuados por muito tempo.     Assim, torna-se claro que a prática de bullying afeta negativamente os envolvidos e, para combatê-lo, o Ministério da Educação (MEC) pode realizar campanhas no ambiente escolar através de palestras e cartilhas informativas a respeito do bullying, como o identificar e reportá-lo aos responsáveis, para que assim, jovens e adolescentes reconheçam as práticas e denunciem, a fim de minimizar a violência em âmbito escolar, além de tornar obrigatória a abordagem do tema em sala de aula pelos professores, para explicar a gravidade do assunto e combater a agressão. Além disso, o MEC também poderia fazer parcerias com ONGs que prestam apoio social e psicológico às vitimas, para que os envolvidos consigam superar os traumas vivenciados, a fim de minimizar os efeitos das experiências negativas.