Enviada em: 26/08/2019

Com a pós-modernidade, as transformações na sociedade fizeram com que as relações sociais, agora marcadas pelo prezar individual, enfraquecessem, contribuindo, assim, na efervescência de condutas as quais difundem o preconceito. O fenômeno do bullying é, sobretudo, reflexo do individualismo exacerbado e pouco respeito à alteridade presente no meio social. Tendo isso em vista, deve-se entender melhor o contexto atual para superar as consequências e sua perpetuação no Brasil.     Antes de tudo, cabe mencionar que a cultura do egocentrismo é fator imprescindível na manutenção da problemática no meio. Acerca dessa premissa, o filósofo Hegel afirma que a cultura impõe determinada visão de mundo, em que seus fins são impessoais e coletivos. Sob esse viés, é perceptível que o apreço individualista contemporâneo, fortemente presente na sociedade, está indiretamente interligado com o crescimento de casos de bullying no Brasil, o qual, segundo a UNICEF, é o quarto país que mais prática a questão no mundo. De modo que, sem que haja práticas as quais revertam o fortalecimento de pensamentos e ações que prezem pela superioridade de um em prol do outro, edificadas através agressões físicas e psicológicas, haverá a alimentação do ciclo de problemas de natureza psíquica e alimentar, como depressão e bulimia, conturbando à saúde de pública.    Ademais, os meios comunicativos e midiáticos são essenciais no fortalecimentos de condutas de exclusão. A esse respeito, o antropólogo Clifford Geertz alega que o ser humano é um animai preso em teias que ele mesmo teceu, sendo a cultura uma delas. Ao fazer uma relação dessa linha de raciocínio com a temática, é notório que o indivíduo está amarrado em teias do socialmente aceito,  sejam eles comportamentais, da beleza e/ou do agir, que ele mesmo teceu, provindos da cultura da padronização do ser e amplamente difundidos e afirmados pelos meios supracitados. De tal maneira que, tão intrínseco e reafirmado ao ser e ao seu modo de pensar, aqueles que divirjam desse padrão, findam aprofundando e universalizando o desconforto consigo.    Diante do exposto, é evidente que medidas são necessárias para contornar a situação descrita no país. Para isso, a associação entre família e escola deve procurar fortalecer os laços comunicativos inspirando confiança e incitando ao diálogo, para que assim, ao propagar a importância do respeito às diferenças, facilite uma vivência coletiva respeitosa, além do reconhecimento do problema em ambiente familiar e escolar. Cabe aos meios comunicativos e de entretenimento por meio de propagandas, séries e filmes, ampliar o entendimento de padrões, flexibilizando e prezando pelo entender que a diferença e o respeito é o que prioritariamente devem ser socialmente aceitos. Tais medidas visam desenvolver um pensamento de respeito à alteridade fomentando a inclusão, de modo a desintegrar o bullying no Brasil.