Enviada em: 02/12/2018

O comércio ilegal de animais silvestres é um dos grandes desafios da preservação do meio ambiente no Brasil. A diversidade de biomas e a grande extensão territorial no país dificultam o controle e fiscalização de áreas de preservação. Por outro lado, a demanda por animais silvestres para torná-los animais de estimação alimenta esse comércio.       Primeiramente, é importante destacar que o Brasil não conta com estrutura adequada para monitoramento das áreas de preservação, tais como parques e reservas ecológicas. Em recente auditoria do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), verificou-se que há gestão frágil dos bens apreendidos e insuficiência de fiscais para as princi-pais atividades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pela fiscalização e com-bate ao comércio ilegal de animais silvestres. Além disso, a Polícia Militar Ambiental têm procedimentos distintos em cada estado e essa falta de padronização dificulta as investigações e indiciamento de criminosos, mesmo sob ações me flagrante.       Ainda, de acordo com estimativas do Ibama, o tráfico de espécies brasileiras movimenta um mercado negro avaliado em R$ 1 bilhão por ano, em que milhões de animais silvestres são vendidos para outros países. Além disso, a forte demanda interna na cultura popular por animais como papagaios, micos e araras prejudica a percepção do brasileiro quanto ao dano de privá-los de seus habitat natural. A venda de gaiolas no varejo de todo o país revela o quanto isso é presente na vida das pessoas.       Dessa forma, verifica-se a conveniência de intensificação de medidas de Estado. O Ministério da Justiça deve criar o Sistema Nacional de Polícia Ambiental, em que todas as polícias estaduais poderão inserir informações e atuar conjuntamente. Por meio desse sistema, será possível efetuar a o rastreamento mitocondrial de espécies apreendidas e identificar origens dos animais e localizar os criminosos. Assim, por meio de integração das polícias e de redes de informação, será possível inibir esse comércio ilegal.