Enviada em: 12/09/2017

Por parte da mídia, o filme Rio pode ter sido visto apenas como mais uma animação infantil. No entanto, o longa denuncia uma atividade criminosa que acontece no Brasil e no mundo. Pois, assim como a arara-azul protagonista do filme, milhares de animais silvestres são caçados e traficados todo ano. Essa atividade clandestina representa um problema que deve ser combatido após a análise do que mais contribui para que esse crime ainda tenha grandes proporções em terras brasileiras.     Nesse contexto, é importante citar que os países em desenvolvimento são os principais fornecedores da vida silvestres, com parte de sua população vivendo dessa atividade e, portanto, contribuindo com esse mercado negro para se manter economicamente. No Brasil, segundo o Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, a maioria das espécies comercializadas é proveniente das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sendo escoadas para a região Sul e Sudeste, ou seja, dos polos mais pobres para os mais ricos. Logo, depreende-se que o tráfico de silvestres representa mais uma relação problemática entre condições socioeconômicas e impactos ambientais e, por isso, o seu combate deve pautar-se nessa relação.       Além disso, é fundamental lembrar que, ao chegarem às regiões de destino, a mercadoria ilegal é vendida em feiras livres ou exportada por meio dos principais portos de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo. Assim, vê-se que a fiscalização nessas áreas ainda é insuficiente. De mesmo modo, nas regiões fornecedoras, é possível encontrar pessoas vendendo animais exóticos ao longo das rodovias, que, por raramente terem postos de fiscalização eficientes, facilitam o tráfico e dificultam a extinção desse ato criminoso. Desse modo, faz-se necessário que o Governo Federal dê incentivos fiscais para que mais empresas se instalem no Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiro, para que sejam gerados mais empregos e a população não precise contribuir com o tráfico de animais silvestres para se manter. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais - IBAMA - deve exigir da Polícia Federal uma fiscalização mais eficiente nos portos, que use equipamentos como máquinas de raio-x para identificar animais em bagagens e, por fim, prender os responsáveis. O Ministério do Meio Ambiente deve, por sua vez, disponibilizar postos de fiscalização móveis para que guardas ambientais possam impedir a venda de espécies ao longo das rodovias brasileiras ao trafegar pelas estradas.