Relativo ao comportamento alimentar brasileiro, é possível afirmar que o desenvolvimento do capitalismo – e em particular a fase pós Revolução Industrial – é um dos grandes responsáveis pelos maus hábitos alimentares, visto que, nesse período, as indústrias alimentícias começaram a surgir e, assim, desenvolver produtos processados e de fácil alcance a todas classes sociais; já que seus preços são mais acessíveis que os alimentos naturais. Isso se evidencia no aumento das taxas de doenças causadas pela má alimentação, tais como diabetes, obesidade e hipertensão. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que os hábitos alimentares dos homens são piores que os das mulheres. Nesse sentido, pode-se inferir que a disparidade das dietas entre os gêneros opostos é herança cultural, tendo em vista que desde a Pré-história os rapazes costumavam ter refeições ricas em carnes gordurosas e carboidratos, a fim de dispor de mais energia para guerrear e defender sua família; enquanto as suas cônjuges cuidavam dos afazeres domésticos e dos seus filhos. Assim, nota-se que este costume alimentar se perpetua por séculos, pois não houve uma reeducação de valores acumulados durante as gerações, embora o estilo de vida tenha mudado. É válido destacar, ainda, que, segundo o Médico Neurologista Freud, muitos dos conteúdos da consciência são absorvidos por nós desde a mais tenra infância e que, mesmo não sendo totalmente conscientizados, acabam moldando a nossa consciência moral. Desse modo, as crianças são mais suscetíveis a cometer más escolhas alimentares, haja vista que não dispõem de pensamento crítico para julgar o que é melhor para si. Sendo assim, a mídia abusa desse fato - através de artifícios apelativos - tal como comerciais de produtos altamente ricos em açúcares e sal com personagens icônicos voltados aos menores, com o propósito de persuadi-los a comprá-los; intensificando, consequentemente, o desequilíbrio nutricional. Para que os índices da prejudicial alimentação no Brasil seja atenuada, algumas medidas devem ser tomadas. É necessário que o Governo Federal regule a publicidade de alimentos com excesso de calorias na televisão aberta, estabelecendo um horário permitido em que haja menos crianças assistindo TV, como feito no Uruguai. Somado a isso, que o Ministério da Educação disponha de projetos socioeducativos, tais como palestras e peças teatrais em escolas e Universidades em todo o país. E, por fim, que o Governo Municipal disponha de um melhor planejamento das cidades, zelando e implantando mais pracinhas com academias públicas para a prática de exercícios físicos. Desse modo, uma alimentação saudável aliada à atividade física, trará em longo prazo, uma nação mais sadia.