Enviada em: 12/09/2017

O que não mata, faz adoecer         Entre os efeitos da ascensão da urbanização brasileira em meados do século XX, ressalta-se o desenvolvimento acentuado de indústrias voltadas para os setores de alimentação. Não obstante, a qualidade dos produtos alimentícios não se equiparou ao progresso. Nesse contexto, debates vêm ocorrendo a fim de representar o comportamento alimentar brasileiro, haja vista o demasiado uso de agrotóxicos e o mercado externo.     Com efeito, os alimentos brasileiros contam com índices altos de agrotóxicos e demais produtos agrícolas voltados para evitar quaisquer perdas. Tal cenário é resultante da modernização do campo e também da busca incessante pelo lucro e pela propriedade privada, unidades fundamentais do capitalismo. Segundo Michel Foucault, as relações humanas envolvem elementos de domínio e disputa.      Outrossim, vale ressaltar que os produtos brasileiros são destinados prioritariamente para o mercado externo, porquanto há um rigoroso padrão de qualidade. Ademais, esse cenário não é atual, mas persiste desde o período colonial, que idealizou o Brasil como fornecedor de produtos primários, como o pau-brasil e, posteriormente, o café e a soja. Portanto, os consumidores brasileiros recebem "sobras" das safras.      Destarte, urge a adoção de medidas a fim de mitigar o atual cenário, que não é satisfatório. No âmbito federal, o Ministério da Saúde deve, por meio de campanhas e conferências, intensificar a vigilância dos alimentos e estabelecer níveis máximos de agrotóxicos, além de valorizar os alimentos naturais. Do mesmo modo, Organizações Não Governamentais e instituições sociais devem estimular a destinação de produtos de alta qualidade para o mercado brasileiro por meio de incentivos fiscais.