Enviada em: 11/06/2017

O início da caminhada      Partindo do seu processo histórico, desde o século XVIII, as reflexões sobre o comportamento alimentar se fazem emblemáticas. Enquanto, nesse período, Thomas Malthus disse que a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, causando uma escassez alimentar, atualmente, isso ainda não aconteceu em escala global, visto os avanços tecnológicos. No entanto, é imperativo entender que, apesar das melhoras técnicas, o padrão alimentar não é de qualidade e nem saudável.       Em primeira instância, é preciso analisar o aumento da ingestão de comidas prontas industrializadas. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, associada a uma sociedade, predominantemente, misógina, há um o alto consumo de alimentos rápidos, com grande quantidade de carboidratos simples e gordura saturada e pouca concentração de hortaliças, frutas e fibras. De acordo com Dráuzio Varela, uma alimentação equilibrada, natural e rica em vegetais atua na prevenção de inúmeras doenças, como obesidade, diabetes e hipertensão. Logo, é natural afirmar que o comportamento alimentar, atual, do brasileiro, pode ocasionar déficit na saúde.      Ademais, chega-se a uma representativa questão: a programação metabólica. Esse termo está relacionado à alimentação materna desbalanceada que pode levar à má nutrição do feto, aumentando a probabilidade dessa criança em desenvolver patologias na vida adulta. Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar, a família brasileira está substituindo os alimentos básicos e tradicionais por industrializados. Nessa perspectiva, essa modificação de padrão alimentar no seio familiar atua na construção de hábitos infantis, que podem comprometer a saúde desse indivíduo na vida adulta.       Fica evidente, portanto, que medidas devem ser realizadas a fim de minimizar essa problemática. Nesse sentido, mensagens de conscientização deverão ser transmitidas em programas governamentais, como “Hora do Brasil”, para incentivar a ingestão de alimentos saudáveis e promover redução do risco de doenças. Além disso, cabe ao Ministério da Agricultura aumentar os investimentos na agricultura familiar, com pesquisas agrícolas para melhoramento de solo e assistência para os pequenos produtores, visando a alta produtividade de hortaliças e vegetais para o mercado interno. Outrossim, as escolas deverão contratar nutricionistas para ajudar a criança no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis, com a elaboração de cardápios e palestras sobre alimentação voltada para a família. Os caminhos já são conhecidos, basta promover os primeiros passos.