Enviada em: 11/06/2017

A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, foi responsável por promover a modernização de diversas esferas sociais, bem como mudanças nos hábitos da população. Nesse contexto, no qual ocorreu a aceleração do ritmo de vida dos indivíduos, as práticas alimentares foram alteradas. Hoje, no Brasil, devido ao crescimento do modelo capitalista de mercado, a alimentação saudável é frequentemente substituída por produtos nocivos ao organismo. Entre os fatores que contribuem para esta causa estão o déficit na formação dos jovens, somado às propagandas midiáticas divulgadas.       A priori, é preciso reconhecer que o processo de educação de crianças e adolescentes influencia em seus hábitos posteriores. De acordo com Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista francês, o ser humano não nasce pronto e tem, dessa forma, a possibilidade de se construir. Nesse sentido, instituições como a família e a escola deveriam informar acerca das práticas alimentares balanceadas e seus benefícios, o que não é desempenhado plenamente no Brasil. Como efeito, casos de obesidade, diabetes e hipertensão são diagnosticados em pessoas cada vez mais jovens.        Ademais, a constante veiculação de peças publicitárias que estimulam o consumo de produtos industrializados é responsável por agravar a questão. Para o sociólogo alemão Norbert Elias, o uso de cartazes, ou propragandas, reflete características de uma determinada sociedade. Dessa forma, o Brasil pode ser caracterizado pelo consumo de fast foods e altas taxas de sódio e gorduras. Essa alimentação da pós-modernidade - nomeclatura atribuida por Bauman à hordiernidade - resulta, em muitos casos, na síndrome metabólica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, esse fenômeno engloba o aumento da gordura abdominal, da pressão arterial e das taxas de colesterol, além de diabetes. Como consequência, o bem estar desses indivíduos é afetado e é reforçada a importância da mudança de hábitos.        Fica claro, portanto, que medidas são necessárias a fim de estimular novas práticas alimentares no Brasil. Para tanto, um projeto interinstitucional deve ser realizado entre família e escola. Nesse âmbito, cabe aos professores, nas aulas de Biologia, transmitir noções acerca dos benefícios de uma alimentação balanceada. Já os pais devem atuar no cotidiano de seus filhos e possibilitar o contato com alimentos saudáveis e nutritivos através de refeições caseiras. Por fim, o Ministério da Saúde, aliado ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), podem estabelecer novas políticas para a veiculação de produtos industrializados e exigir maior transparência acerca da constituição dos mesmos. Dessa maneira, questões como a síndrome metabólica podem ser reduzidas, gradativamente, no país.