Enviada em: 11/06/2017

A Operação Carne Fraca, conhecida como a maior operação da Polícia Federal, obteve seu início no primeiro trimestre de 2017 e trouxe graves consequências para a economia brasileira ao questionar a comercialização de alimentos sem a devida fiscalização. Dessa forma, é inexorável associar este fato, somado ao exacerbado uso de agrotóxicos, bem como os inadequados hábitos alimentares, ao comportamento nutricional dos brasileiros. É importante ressaltar que esse comportamento possui grande influência na qualidade de vida populacional.          Mormente, a base das questões da saúde consistem na agricultura, a principal atividade econômica do país. Sendo assim, a negligência de fazendeiros no uso de agrotóxicos, produtos utilizados para combater agentes prejudiciais às plantações, exemplificada na quantidade excedente de tais resíduos em alimentos, atua diretamente na vida pública. Além disso, o âmbito da pecuária também deixa a desejar, como foi referido na Operação Carne Fraca. Portanto, pode-se constatar a ausência do limite ético do capitalismo nos fatores apresentados, mesmo quando referem-se à saúde.         Por conseguinte, outro fator que acomete a qualidade de vida populacional mediante o aspecto alimentar são os maus hábitos no que tange a escolha de alimentos e seus valores nutricionais. Segundo recente relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo excessivo de alimentos processados foi transferido para o primeiro grupo de risco de desenvolvimento de câncer, o que demonstra a conveniência e praticidade imposta pelo estilo de vida moderno e a americanização dos hábitos, perceptíveis no crescente consumo de fast-food. Não obstante, a falta de atividade física também contribui para a ascensão de doenças como cardíacas, obesidade e depressão, em crianças, jovens e adultos.           Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Em primeiro lugar, cabe ao Governo a liberação de subsídios para os fazendeiros, a fim de possibilitar a obtenção de cuidados que substituam o uso de substâncias prejudiciais, como os agrotóxicos. Além disso, faz-se necessárias medidas midiáticas para que conscientizem a população dos malefícios de produtos processados, especialmente no que tange as crianças e adolescentes. Ademais, a Receita Federal deve investir uma maior parcela dos impostos arrecadados em estabelecimentos públicos que corroborem melhores hábitos alimentares, a fim de viabilizá-los à classe baixa. Dessa forma, a melhoria na qualidade de vida populacional será progressivamente eficaz.