Enviada em: 05/10/2017

No decorrer do século XX, após as Grandes Guerras e durante a Guerra Fria, os Estados Unidos fortaleceram a sua imagem e convenceram o mundo capitalista de que o American Way of Life era o estilo de vida a ser seguido. Dessa forma, países como o Brasil começaram a adotar práticas norte-americanas, como o estímulo ao consumo, a compra de comidas industrializadas e o crescimento de redes de fast-food. Já no início do século XXI, o brasileiro encontra-se altamente adaptado a uma alimentação cada vez menos natural e orgânica, notoriamente americanizada. Como os novos hábitos alimentares afetam a saúde dos cidadãos do país?       O feijão e as hortaliças são ingredientes considerados tradicionais da culinária nacional, entretanto o consumo de tais alimentos vem diminuindo e, com isso, a qualidade nutricional da alimentação dos brasileiros também. De acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o consumo regular de feijão diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. Apontou, ainda, que apenas um em três adultos consome frutas e hortaliças em cinco dias da semana. Tais dados evidenciam que os novos hábitos são prejudiciais à saúde.       O propósito das redes de fast-food e das comidas industrializadas é proporcionar uma alimentação rápida e saborosa para aqueles que vivem rotinas corridas e cansativas. Todavia, oferecem alimentos ricos em gordura, geralmente atrelados ao consumo de refrigerantes, sendo estes fontes de açúcar, resultando em refeições muito calóricas, mas pouco nutritivas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, cerca de 60% dos alimentos com maior teor de gordura fazem parte da alimentação diária da população e 37,2% dos entrevistados afirmaram que comem comida muito gordurosa. A obesidade é uma consequência direta dessas mudanças.       Na sociedade contemporânea há uma necessidade de rapidez e praticidade e isso inclui o processo de preparo das refeições. Enquanto a população continuar sem acesso às noções básicas de nutrição, problemas de saúde continuarão a ocorrer. O Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar Para a População Brasileira, agora cabe a ele desenvolver uma parceria com o Ministério da Educação, fazendo com que jovens e crianças aprendam sobre alimentação saudável. Além disso, o governo deve formular leis que obriguem empresas de comidas industrializadas e redes de fast-food a alertar a população, de maneira explícita, sobre os riscos de uma alimentação pobre em nutrientes e que consista, majoritariamente, em alimentos produzidos pelas mesmas. O comportamento alimentar do brasileiro mostra-se cada vez mais prejudicial, logo a busca por uma vida mais saudável é uma prioridade nacional.