Enviada em: 25/08/2017

O recente escândalo sobre prática de adulteração de carnes realizada por uma grande empresa que distribui seu produto em todo o país causou um grande debate nas redes sociais e na imprensa sobre os hábitos alimentares do brasileiro. Nesse sentido é importante analisar tanto o perfil de consumo como a produção desses alimentos.       Em primeiro lugar, é importante destacar que o brasileiro pensa em comer, mas não reflete sobre o que ingere. Isso é fruto do imediatismo em que vivemos, pois pensar é um ato automático e natural, de modo que um verdadeiro hedonismo impera no momento da alimentação, além de uma busca por quantidade em vez de qualidade. A falta de reflexão e de interesse no equilíbrio ensinado por Aristóteles cria a cultura do excesso. Dessa maneira, são preferência nacional os alimentos processados, "prontinhos", açucarados e gordurosos, que agradam ao paladar, mas prejudicam o organismo.       Além disso, mesmo quem acha que está se alimentando bem, pode estar enganado. As frutas e verduras mais acessíveis como alface, cenoura, beterraba e tomate, de acordo com dados da Anvisa podem conter agrotóxicos, que trazem prejuízos à saúde. A opção são os alimentos orgânicos, porém não são tão acessíveis pelo custo mais elevado. Também existe a ideia de uma escolha menos danosa, como um suco de caixinha ao invés do refrigerante. Entretanto, uma matéria da revista Super Interessante mostra que as duas opções são praticamente equivalentes, por conta dos corantes e excesso de açúcares.       Dessa maneira, os hábitos alimentares do brasileiro resultam em diabetes, hipertensão e obesidade. Para mudar esse quadro, o MEC poderia reunir pais, professores e nutricionistas nas escolas não só para discutir a merenda escolar ofertada, mas a alimentação como um todo desses alunos. A emissoras de tv devem discutir mais o tema alimentação saudável em seus programas. E o governo deve reforçar a fiscalização dos produtores de frutas e verduras, bem como de alimentos industrializados.