Enviada em: 23/02/2018

Segundo o IBGE na última década cresceu em cerca de 30 por cento o número de cidadãos acima do peso no Brasil. Tal fato continua sendo potencializado já que o comportamento do brasileiro está ligado há uma cultura influenciada pela indústria cultural e a questões de desigualdades. A partir disso, nota-se a desatenção com a alimentação o que compromete a saúde e a qualidade de vida, assim é pertinente discutir como se dá às condições que determinam o comportamento alimentar do brasileiro.        Convém pontuar, a princípio, que a má alimentação atinge todos os setores sociais já que o crescimento do consumo de produtos industrializados e "fast food" é uma constante. Além disso, há um apelo da cultura de massa em promover hábitos não saudáveis que visam apenas o consumo de determinados produtos, assim promovendo os "delivery" e alimentos enlatados. Tal cultura somada a necessidade diária da população em ter refeições rápidas e práticas acaba perpetuando o que à longo prazo acarreta em problemas de saúde. Prova disso é que cerca de 60 por cento da população idosa do país possui algum tipo de doenças crônicas, de acordo com o IPEA. Atualmente, esses índices têm crescido em faixas de idade menores, ou seja é preocupante e passa a ser um problema de saúde pública porque toda a população está sofrendo com problemas de obesidade e hipertensão.        Cabe avaliar, também, as políticas de incentivos do Governo que impulsionam a agricultura de exportação e não há proporcionalidade de investimentos com a agricultura familiar. Isso acontece porque essa agricultura tem pouco impacto econômico, embora alimente cerca de 160 milhões de brasileiros e responsável por produzir maior parte dos orgânicos. Tal estratégia do governo acaba encarecendo o valor dos alimentos básicos, com isso inviabilizando o consumo pela população mais desprestigiada e essa perde o direito de pode optar por qual alimento consumir. Dessa forma, não se pode falar em educação alimentar para uma população que vive na miséria, resta para a menor parcela da sociedade ter o direito de poder optar por qual tipo, hora e porção de comida irá desfrutar. Isso porque segundo o Data Folha alimentos orgânicos são em média 30 por cento mais caros.        Portanto, para melhorar o comportamento alimentar do brasileiro é preciso reduzir os problemas de desigualdade e promover uma política de educação alimentar em conjunto com os setores privados. Para isso, é necessário que o legislativo crie leis que exijam das indústrias campanhas que alertem sobre o perigo do consumo inadequado de seus produtos, em anúncios, oficinas e plataformas digitais nas quais o consumidor possa medir os índices nutritivos da dieta. Além do Governo Federal, aplicar programas de capacitação para retirar os indivíduos da pobreza e junto ao MEC criar palestras sobre a educação alimentar, em escolas, universidades e órgãos públicos como a Defensoria Pública.