Enviada em: 06/06/2017

Em tempos passados, mas, não tão distantes de nós, o modelo de família predominante era o patriarcal, matrimonial e patrimonial. Com o passar do tempo, algumas características mudaram: a constituição de uma família passou a ser um pouco mais democrática. Foi empregado um modelo igualitário, em que não só os homens deveriam ter suas necessidades atendidas, mas também as mulheres e os filhos. Hoje, a família é uma instituição marcada pela pluralidade. Pessoas estão se unindo por haver um querer, ou seja, uma atração entre elas, que fala mais alto do que qualquer padrão estabelecido. A união homoafetiva, por exemplo, tornou-se uma realidade no Brasil. Enxergar o amor e a solidariedade nesta e em toda forma de família é fundamental para que se construa uma sociedade mais justa.  É no ambiente de aversão e preconceito que os casais homossexuais tentam garantir seus direitos e inserir-se na sociedade de forma igualitária. A herança conservadora da sociedade acaba impedindo um entendimento essencial: os objetivos de duas pessoas do mesmo sexo que constroem um relacionamento são os mesmos de um casal heterossexual: ambos buscam pelo afeto recíproco e pelo companheirismo, visando a consolidação de um lar e de uma família em toda sua plenitude. Construir uma sociedade livre, justa e solidária é um dos direitos fundamentais previstos pela Constituição de 1988 para garantir a dignidade humana. Sendo assim, todas as pessoas são livres para escolherem a quem se vincular, e merecem ser respeitadas independente da escolha.  É sabido que a tradicional família brasileira deve dividir o espaço com as novas configurações. Contudo, o Estatuto da Família aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados surge como um obstáculo para a construção da igualdade que o Estado brasileiro prevê. Esse projeto de lei cria regras jurídicas determinando quais tipos de grupos podem ser chamados de família. Este é um grande retrocesso, pois a orientação sexual e amorosa das pessoas não deveria ser uma questão de interferência por parte de nenhum indivíduo e de nenhuma lei.   Destarte, todos devem aprender a respeitar as novas famílias. Para isso, é importante que a escola trabalhe a atenção aos alunos, fornecendo profissionais especializados, como psicólogos, para produzirem palestras educativas e para conversarem individualmente com os pais ou responsáveis e com as crianças, a fim de evitar impactos psicológicos e conflitos familiares futuros. É importante que o legislativo reformule a concepção de núcleo familiar para que todos os cidadãos tenham os mesmos direitos e se sintam protegidos igualmente pela lei. O Governo, junto da mídia, deve abordar, por meio de comerciais da televisão, a complexidade do tema de maneira eficaz e acessível a todos.