Enviada em: 06/08/2017

Dos primórdios da civilização aos dias atuais, as relações interpessoais sofreram e continuam a sofrer mudanças. Assim, encontrar uma definição para a palavra "família" - em meio a toda uma diversidade de núcleos familiares - é uma tarefa que exige cuidado e reflexão. No entanto, grupos conservadores insistem em disseminar ideais retrógrados que vão de encontro com a realidade vigente no país.       Diante da presença de famílias monoparentais, casais homoafetivos e outras variedades, conceituar família como "união entre um homem e uma mulher" é discriminativo. Ainda assim, é como o Estatuto da Família, proposto por um deputado de Pernambuco e aprovado pela comissão especial da família da Câmara dos Deputados, a define. Com forte apoio da conhecida Bancada Evangélica, o projeto de lei aguarda, desde 2015, sua ida ao Senado.       Paralelo a isso, um outro projeto chamado de Estatuto das Famílias vem como alternativa. Este reflete o plural do nome em reconhecimento à pluralidade de núcleos sociais, mostrando inclusão e respeito à diversidade presente no Brasil. Outrossim, o dicionário Houaiss sentiu a necessidade de alteração no significado do verbete, trazendo agora a definição de família como "núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantém entre si relação solidária".       Desse modo, mostra-se necessária uma ação do Estado, da Escola e da Comunidade, a fim de que haja, de fato, representatividade e respeito a todos os tipos de família. O primeiro, através do legislativo, deve aprovar medidas inclusivas - como o Estatuto das Famílias - que assegurem o direito de todos, sem discriminação, e sigam o princípio da dignidade da pessoa humana previsto pela Constituição; a segunda e a última devem ensinar e praticar o respeito à pluralidade daquela que é considerada a base da sociedade.