Enviada em: 29/07/2017

A célula da sociedade   Durante todo o processo de formação do Estado brasileiro, as famílias protagonizaram transformações culturais, econômicas e demográficas. No modelo de núcleo familiar, apesar de todas as transformações, ainda é considerado apenas a estrutura composta por pai, mãe e filhos. Dessa forma, surge o transtorno da intolerância à organização familiar, seja pela insuficiência de leis, seja pela tardia mudança de mentalidade social.    É indubitável que a ineficácia das leis que atuam no ramo familiar esteja entre as causas do problema. Segundo Montesquieu, quando se faz uma estátua, não se deve estar sempre sentado no mesmo lugar; é preciso vê-la de todos os lados e em todos os ângulos. Correlativamente, é necessário que ao criar ou realizar a manutenção de leis que tratem dos direitos e obrigações familiares, leve-se em conta as suas novas organizações e outras circunstâncias gerais, porque embora elas já exista normas, como o Estatuto da Família, há brechas que permitem práticas de atos intolerantes, como críticas realizadas com embasamento religiosos.  Outrossim, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 a formação clássica "casal com filhos" representava 49,9%, enquanto outros tipos já somavam 50,1%. Apesar da ascensão de novos modelos familiares, grande parte da população não os reconhece. Entre os fatores sociais que evidenciam esse tipo de intolerância, estão os casos bullying contra indivíduos que fazem parte dos novos modelos e agressões verbais e físicas contra àqueles que se reconhecem como gays.    O preconceito à diversidade familiar, portanto, está diretamente relacionada com a exiguidade de leis eficazes e à cultura ultrapassada impregnada na sociedade. Dessa forma, a fim de atenuar está problemática o Governo, por meio do Ministério da Família, deve implementar leis, como criminalizar atos homofóbicos, e promover campanhas, por meio de propagandas midiáticas, visando alcançar o respeito a todos os arranjos familiares. Ademais, a escola, por seu caráter educador, deve promover palestras com psicólogos e peças teatrais, que retratam o tema, visando a discussão e reflexão. Dessa maneira, o preconceito que afeta a unidade vital da sociedade começará a ser combatido.