Enviada em: 10/08/2017

Desde os primódios da sociedade ocidental, o conceito de família é associado a um homem, a mulher e a prole. Entretanto, atualmente, não se pode mais falar em um modelo ideal de família, mas em novos arranjos que estão surgindo e que precisam ser reconhecidos e amparados.         Nesse sentido, os divórcios, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o aumento no número de casais homoafetivos são alguns dos fatores que propiciaram estas transformações. Esses novos arranjos que se desenvolveram onde o modelo nuclear patriarcal fracassou, baseiam-se muito mais em relações de afeto e cuidado do que em consaguinidade.          Nessa perspectiva, as novas organizações familiares são dinâmicas, onde o papel de cada indivíduo é definido de acordo com as particularidades de cada família. Há, por exemplo, famílias chefiadas por mães e avós ou compostas por casais homoafetivos e filhos adotivos, além das produções independentes. Dessa forma, observa-se que os papeis familiares modificam-se a medida que a sociedade se transforma.          Apesar desses novos modelos serem uma realidade, há grupos conservadores na sociedade que insistem em não reconhecê-los. Recentemente, foi aprovado na câmara de deputados um projeto de lei que reconhece como família apenas o modelo nuclear patriarcal. Medidas como essas são um desrespeito com todas as outras configurações familiares, estimulam a intolerância e trazem insegurança jurídica a elas.          Negar a pluraridade das família modernas é marginalizá-las, portanto, é preciso debater o assunto nos diversos ambientes sociais. As escolas devem tratar todos os modelos familiares com naturalidade, promovendo a integração e o respeito. A mídia precisa retratar essas famílias em comerciais, programas, filmes e novelas produzindo o sentimento de identificação e estimulando o seu reconhecimento pela sociedade e o Estado precisa desenvolver leis e políticas sociais destinadas a familía respeitando suas especificidades, pois mesmo modificada a família é a intituição base da sociedade.