Enviada em: 04/09/2017

No seriado norte-americano intitulado de "The Fosters", vê-se uma família que rompe com os cânones sócio-culturais, sendo constituída por duas mães e três filhos. Nesse contexto, as autoridades deste lar- mulheres homoafetivas- vivenciam diversas situações embaraçosas, mas que reforçam a legitimidade do seu núcleo familiar. Do mesmo modo, fora do cenário cinematográfico, pensar em família, muitas vezes é se remeter à tradicional estrutura, bem como marginalizar o que é considerado de caráter transgressor.  No entanto, um grupo de pessoas vivem sob o mesmo teto e que têm laços afetivos são e devem ser respeitadas enquanto família, afinal, o amor é a base.       É indubitável que a família deve ser entendida como uma instituição plural, passível de redefinições. Entretanto, os moldes sociais tendem à formação monoparental, alicerçada em preceitos preconceituosos. Hoje, ainda, pensa-se que essa estrutura se comporta enquanto um "corpo estático", desrespeitando as possibilidades de formação. Destarte, tais conceitos são evidentes nos discursos de de políticos, como Jair Bolsonaro; neles o grupo familiar é exposto enquanto uma obra divina. Para o deputado, tudo que for de encontra à esse ideal é demonizado, é sodômico. Essa realidade releva como as ações atrópicas, cegas por uma doutrina canônica, revertem o núcleo familiar com um manto de ódio falseado de amor.     Outrossim, a Constituição Federal de 1988 prevê, enquanto cláusula pétrea, os direitos fundamentais. No artigo 5 são encontrados 77 incisos, que visam assegurar às pessoas a possibilidade de ter uma vida digna, livre e igualitária. No entanto, a sociedade vivencia um período de ambivalência: a construção de novos valores morais de um lado e a avalanche de reacionarismo de outro. Essa situação  gera desdenho pelas novas configuração dos valores sociais, bem como pelas formas de vinculação social que se refletem diretamente na natureza das relações amorosas e familiares estabelecidas.  Percebe-se, então, que a família é algo intrínseco de cada ser humano e essa  liberdade individual se torna um elemento importante para os laços sociais que se constituem.       Em suma, a família é uma instituição multifacetada e legítima, independente da sua estrutura. No entanto, parte majoritária da população enxerga contrapontos que limitam o conceito de família. Para amenizar esse exclusivismo, o Ministério da Educação deve incentivar a construção de eventos que promovam o respeito à diversidade familiar, objetivando a integração e conhecimento acerca da essência da família: o amor. Ainda, o Ministério da justiça tem que criar uma ouvidoria combater à violência e os discursos de ódio contra os grupos familiares formados por pessoas homoafetivas. Assim sendo feito, talvez a sociedade respeite e distribua amor, não ódio pelas várias formas de família.