Enviada em: 21/08/2017

Desde muito tempo, o conceito "família" está vinculado à ideia de um casal heterossexual que possui filhos e, portanto, este é o padrão socialmente aceito. É necessário ressaltar, porém, que o amor não se restringe apenas a esse caso. Aqueles considerados diferentes utilizam-se do fato de que todos são iguais perante à lei e também querem formar suas famílias.       É inegável a mudança sofrida nas organizações familiares e isso tem causado impacto aos chamados tradicionais e conservadores. Em 2013, por exemplo, o deputado Eduardo Cunha criou o projeto "Estatuto da Família", que consistia em aceitar como tal somente os núcleos formados por um homem e uma mulher casados ou em união estável, excluindo, portanto, qualquer outro tipo de união. Na verdade, exclui mais da metade dos núcleos hoje presentes na sociedade, visto que, segundo o IBGE, apenas 48,9% deles são formados "tradicionalmente", enquanto a maioria estão fora dos padrões impostos.       Desse modo, é de fácil percepção que a visão retrógrada do modelo familiar colabora com a intolerância que vem crescendo e, ainda, crianças que têm família fora do "convencional" costumam sofrer preconceito. Frequentemente, são noticiados casos de agressões a filhos de casais homoafetivos. Um exemplo disso é o caso de Peterson de Oliveira, de 14 anos, que ficou conhecido em todo o Brasil, por ter sido violentado por um grupo de adolescentes somente pelo fato de ser filho adotivo de um casal homossexual. Infelizmente, o menino veio a falecer. Esses adolescentes são reflexo de uma sociedade que ainda não consegue aceitar as diferenças.       Diante dos fatos supracitados, nota-se que é necessário compreender que as novas instituições familiares não são menos válidas do que as tradicionais. O debate precisa se estender aos mais variados ambientes. A escola, como instituição socializadora, deve ser responsável por naturalizar essa nova face, promovendo o respeito e a integração por meio de conversas e debates entre os alunos. O Governo deve criar meios de punições eficazes para os casos de intolerância, como multas de alto valor, junto a uma fiscalização mais severa para que, assim, todos consigam entender o valor do amor e diminuir a intolerância que hoje ainda é tão presente.