Enviada em: 05/09/2017

Ao analisar o conceito contemporâneo de família, é possível afirmar que a definição abordada pelo dicionário Houaiss, no qual afirma que família é um grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto, especialmente pai e mãe, não atende mais o que pode ser observado na sociedade do século XXI. Isso aponta para a necessidade de reformulação desse conceito, tanto no campo jurídico quanto no campo social, assegurando os direitos de todos esses novos grupos familiares.       Apesar de a pluralidade que define o panorama da realidade das famílias brasileiras atuais, tendo em vista o aumento do número de casais homoafetivos, mães e pais solteiros, casais sem filho e divorciados, que são apenas alguns dos 19 laços familiares presentes no senso do IBGE realizado em 2010, constantemente é possível observar casos de preconceito e discriminação por parte das famílias denominadas tradicionais, que representam menos de 50% da totalidade de famílias catalogadas por esse mesmo senso.                  Diante dessa diversidade que contribui para o desenvolvimento de crianças e adolescentes que são adotadas por esses novos grupos familiares, proporcionando-lhes educação e bem-estar, ainda há quem concorde com o Estatuto da Família, um projeto de lei em trâmite na Câmara dos Deputados, que restringe o conceito de família ao mesmo adotado pelo dicionário Houaiss. Se aprovado, este Estatuto poderá dificultar a adoção de milhares de crianças que encontram-se em um abrigo à espera de um lar.        Diante do exposto, fica explícito a necessidade de avanço nas discussões sobre representatividade familiar. Para tanto, a mídia deve criar campanhas socioeducativas, promovendo as contribuições positivas vindas dessas famílias. Não obstante, a educação continua sendo um dos meios mais eficazes esclarecer temas ainda não muito discutidos. Portanto, as escolas devem se unir aos pais, promovendo debates entre estes e a sociedade. Só assim, estaremos caminhando para um mundo melhor.