Enviada em: 06/09/2017

Papai, mamãe, titia?       A música "família" lançada pelos Titãs trazia o casamento e as relações heterossexuais como garantia da felicidade. No entanto, sabe-se que essa regra não pode ser aplicada a toda sociedade brasileira visto que, é imprudente singularizar o amor diante da pluralidade das novas relações.       A princípio, a  inserção da mulher no mercado de trabalho, ocorrida nas últimas décadas, contribuiu para a concepção de novos modelos familiares. De acordo com o IBGE, em 2015, 40% dos lares brasileiros eram comandados por mulheres, sendo elas responsáveis pela maior renda e administração das despesas. Esse empoderamento feminino demonstra a decadência do modelo patriarcal, onde o homem era responsável pelas finanças e a mulher cuidava unicamente dos afazeres domésticos.       Em contrapartida, a câmara dos deputados ressuscitou o "Estatuto da Família". Esse projeto de lei visa padronizar o conceito de família considerando essa apenas como o núcleo formado pela união de um homem e uma mulher. O Estatuto deve ser analisado com seriedade pois, assegurará, por exemplo, direitos previdenciários somente aos que se enquadrarem no padrão. Desse modo, há uma incitação de práticas discriminativas de novas conjunturas familiares fora do "convencional" que já soma 52% da população.       Portanto, é evidente que há muito que se avançar para assegurar a representatividade de todos os modelos familiares. O Estado deve repudiar legislações, como o "Estatuto", que visem a exclusão e ampliar o respaldo juridico as novas relações. A escola, com o apoio da mídia, deve substituir o dia " dos pais" e "das mães" pelo dia da familia, a fim de contemplar novas conjunturas familiares. Somente assim, com uma revolução nesses 3 campos a frase " consideramos justa toda forma de amor" irá se concretizar.