Enviada em: 30/10/2017

Família é o núcleo social de pessoas unidas por laços,que,geralmente,compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária.Entretanto,essa instituição tem apresentado modelos que divergem da composição tradicionalista.Com isso, os tempos de só "papai, mamãe, titia" parecem ter ficado na letra dos Titãs.Nesse contexto,parte dos integrantes da pluralidade familiar encontra dificuldades para inserir-se no meio social.  A priori,ao avaliarem-se as organizações familiares,por um viés estritamente histórico,notam-se que fenômenos como a conquista de direitos pelas mulheres,a redução no número de casamentos e o aumento de separação são fatores que construíram e influenciaram as novas relações sociais que se refletem nos conceitos de família na contemporaneidade.Percebe-se,portanto,que o estabelecimento dos direitos de casais do mesmo sexo enfatiza esse processo e, em maio de 2011,o STF reconheceu a união estável homoafetiva.Porém,de maneira incoerente,a comissão referente ao projeto do Estatuto da Família, na Câmara de Deputados,considera como família apenas núcleos formados o pela união heteroafetiva,o que reforça a exclusão das novas estruturas e o conservadorismo que, por vezes,estão pautados em questões religiosas que vão de encontro ao laicismo e aos direitos previstos na Carta Magna.  A posteriori, mudanças sociais proporcionadas pelas novas formar de se relacionar têm ocorrido de modo intenso, como a Lei da Adoção -dispositivo que possibilita a adoção de crianças homoafetivos, avós maternos ou paternos -, mas ainda são insuficientes, visto que persistem, no âmbito sociocultural, várias questões, como o preconceito e o desrespeito contra defensores e agregados das novas configurações familiares. Tal atitude revela a desinformação popular, a extensa intolerância ao direito de liberdade do indivíduo e a ilegitimidade desses novos modelos por amplos setores da sociedade ocasionam, por vezes, a marginalização, sendo um retrocesso à diversidade, aceitação da queda de uma base patriarcal e à evolução social, que está, permanentemente, em mudança. A história mais recente enfatiza essa situação, em que ocorreu a morte de um menino de 14 anos, filho adotivo de um casal homoafetivo. Desse modo, intuem-se os entraves para a pluralidade familiar, o que se comprova por meio da hostilidade da rejeição construídos pelo patriarcalismo institucionalizado.   Em síntese, é indubitável que a pluralidade familiar sofre diversos desafios e possui pouca perspectiva no Brasil, porém deve haver um combate para a atenuação desses. "Famílias nas escolas", no qual os responsáveis pelos alunos são convidados a participarem, uma vez por mês, de dinâmicas, "workshops" e palestras, em que serão debatidos temas como a tolerância às diferenças e compreensão plena dos novos modelos familiares, incluindo toda a comunidade nesse ideal de mudança cultural. As crianças e adolescentes também terão atividades específicas nesse projeto, sendo elas responsáveis por levarem temas e apresentações aos seus responsáveis, seja na escola, seja em casa, a fim de combater atividades prejudiciais, como a hostilidade e impulsionar a compreensão, o respeito, a alteridade.Dessa maneira, apenas quando a base educacional sofrer fores mudanças, a intolerância e o pensamento retrógrado serão modificados.